“Arte em Movimento”, da FLAD, no Centro de Saúde de Sete Rios


O programa FLAD “Arte em Movimento” é uma oportunidade de abrir às comunidades a possibilidade de verem as obras de arte contemporânea da fundação


O programa FLAD “Arte em Movimento” inicia a sua primeira etapa com uma exposição de obras de arte contemporânea da colecção da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, sob o título “Linha e Cor, (epi)centro da Saúde”. Esta iniciativa realizada no Centro de Saúde de Sete Rios, em Lisboa, é o primeiro momento deste novo programa concretizado através de um protocolo entre a FLAD e o Ministério da Saúde.

A exposição reúne cerca de 60 obras de 12 artistas portugueses, com a forte predominância do desenho que caracteriza esta colecção, e uma pintura que tem uma especial relação com o espaço comum deste Centro de Saúde. Os artistas Ângelo de Sousa, António Areal, Pedro Calapez, Fernando Calhau, Pedro Casqueiro, Luísa Correia Pereira, José Pedro Croft, Ana Hatherly, Ana Jotta, Jorge Martins, Rui Sanches e Xana, são autores representados na colecção desde o seu início, na década de 1980, e são reconhecidos pelo mérito da sua obra, progressivamente confirmado pela qualidade do seu trabalho no decorrer das últimas décadas. Alguns destes artistas são representados por núcleos importantes de obras, como é o caso da artista Ana Hatherly, a quem dediquei o anterior artigo publicado neste jornal.

A arquitectura do edifício projectado pelo arquitecto Manuel Tainha (1922-2012) concorreu para que a escolha das obras tivesse em conta o espaço e as suas diversas funcionalidades. O espaço inclui uma área pública e uma área reservada aos serviços administrativos

A primeira, onde podemos encontrar a maior área expositiva, desenvolve-se por três pisos sobre um átrio central, dedicado aos serviços de cuidados de saúde e a todos os utentes e profissionais que dele usufruem e ali trabalham

A segunda, a área administrativa, é composta por dois pisos, de acesso mais reservado, que uma escada central interliga, de forma orgânica, e é pontuada por desenhos instalados em cada patamar intermédio, construindo assim um epicentro da exposição que se desdobra no prolongamento dos cinco pisos.

A exposição não obedece a uma tema específico, embora o seu título, “Linha e Cor, (epi)centro da Saúde”, nos reenvie para uma relação mais próxima com a experiência estética das obras e a sua inscrição no lugar. No sentido em que, se a arquitectura tem uma determinação imediata sobre a percepção do espaço e a sua condição funcional, neste caso um centro de saúde, a relação estabelecida com as obras de arte aí instaladas pode contribuir para transformar essa vivência. Contudo, a ideia central é potenciar uma outra relação do olhar que qualquer pessoa pode experienciar enquanto habitante transitório de uma sala de espera ou de um corredor central onde operam diversos serviços.

Tal como esta exposição, outras se seguirão no âmbito do programa “Arte em Movimento”. Não são apenas exposições concebidas para um determinado público utilizador de cada instituição, são também uma oportunidade de abrir às comunidades onde serão apresentadas a possibilidade de visitarem as exposições e contactarem directamente com obras de arte contemporânea da FLAD que são normalmente menos acessíveis, como qualquer outro acervo museológico.

Este programa itinerante, de âmbito nacional, propõe-se mostrar conjuntos expositivos a públicos e instituições diversificadas em diferentes zonas do país.

Curador da Colecção de Arte Contemporânea da FLAD

“Arte em Movimento”, da FLAD, no Centro de Saúde de Sete Rios


O programa FLAD “Arte em Movimento” é uma oportunidade de abrir às comunidades a possibilidade de verem as obras de arte contemporânea da fundação


O programa FLAD “Arte em Movimento” inicia a sua primeira etapa com uma exposição de obras de arte contemporânea da colecção da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, sob o título “Linha e Cor, (epi)centro da Saúde”. Esta iniciativa realizada no Centro de Saúde de Sete Rios, em Lisboa, é o primeiro momento deste novo programa concretizado através de um protocolo entre a FLAD e o Ministério da Saúde.

A exposição reúne cerca de 60 obras de 12 artistas portugueses, com a forte predominância do desenho que caracteriza esta colecção, e uma pintura que tem uma especial relação com o espaço comum deste Centro de Saúde. Os artistas Ângelo de Sousa, António Areal, Pedro Calapez, Fernando Calhau, Pedro Casqueiro, Luísa Correia Pereira, José Pedro Croft, Ana Hatherly, Ana Jotta, Jorge Martins, Rui Sanches e Xana, são autores representados na colecção desde o seu início, na década de 1980, e são reconhecidos pelo mérito da sua obra, progressivamente confirmado pela qualidade do seu trabalho no decorrer das últimas décadas. Alguns destes artistas são representados por núcleos importantes de obras, como é o caso da artista Ana Hatherly, a quem dediquei o anterior artigo publicado neste jornal.

A arquitectura do edifício projectado pelo arquitecto Manuel Tainha (1922-2012) concorreu para que a escolha das obras tivesse em conta o espaço e as suas diversas funcionalidades. O espaço inclui uma área pública e uma área reservada aos serviços administrativos

A primeira, onde podemos encontrar a maior área expositiva, desenvolve-se por três pisos sobre um átrio central, dedicado aos serviços de cuidados de saúde e a todos os utentes e profissionais que dele usufruem e ali trabalham

A segunda, a área administrativa, é composta por dois pisos, de acesso mais reservado, que uma escada central interliga, de forma orgânica, e é pontuada por desenhos instalados em cada patamar intermédio, construindo assim um epicentro da exposição que se desdobra no prolongamento dos cinco pisos.

A exposição não obedece a uma tema específico, embora o seu título, “Linha e Cor, (epi)centro da Saúde”, nos reenvie para uma relação mais próxima com a experiência estética das obras e a sua inscrição no lugar. No sentido em que, se a arquitectura tem uma determinação imediata sobre a percepção do espaço e a sua condição funcional, neste caso um centro de saúde, a relação estabelecida com as obras de arte aí instaladas pode contribuir para transformar essa vivência. Contudo, a ideia central é potenciar uma outra relação do olhar que qualquer pessoa pode experienciar enquanto habitante transitório de uma sala de espera ou de um corredor central onde operam diversos serviços.

Tal como esta exposição, outras se seguirão no âmbito do programa “Arte em Movimento”. Não são apenas exposições concebidas para um determinado público utilizador de cada instituição, são também uma oportunidade de abrir às comunidades onde serão apresentadas a possibilidade de visitarem as exposições e contactarem directamente com obras de arte contemporânea da FLAD que são normalmente menos acessíveis, como qualquer outro acervo museológico.

Este programa itinerante, de âmbito nacional, propõe-se mostrar conjuntos expositivos a públicos e instituições diversificadas em diferentes zonas do país.

Curador da Colecção de Arte Contemporânea da FLAD