Cancro da pele. Prevenção vai começar nas escolas

Cancro da pele. Prevenção vai começar nas escolas


Formação dos médicos de família em dermatologia é outra das medidas aprovadas por unanimidade no parlamento.


As escolas e os médicos de família vão ser pilares no combate ao cancro da pele. Esta temática vai ser incluída no currículo escolar e os médicos de família vão ter formação específica em dermatologia, revelou à Lusa a Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC). Também os solários vão ter uma fiscalização mais apertada. 

Estas são algumas das medidas aprovadas por unanimidade pela Assembleia da República e que vão ser apresentadas amanhã. O secretário-geral da APCC afirmou que o trabalho desenvolvido pela associação ao longo dos anos – e que incluiu várias audições na comissão parlamentar de Saúde – “culminou com a aprovação por unanimidade, pelos diferentes grupos parlamentares, de um conjunto de oito medidas que vão abranger a prevenção primária e secundária”. 
Osvaldo Correia acrescentou ainda que, entre as medidas, contam-se “a prevenção em ambiente escolar, com o comprometimento de incluir a temática nos currículos escolares, e o reforço de divulgação de informação dos índices de UV (ultravioletas)”. 

A formação específica em dermatologia para os médicos de família terá como objectivo “introduzir a vigilância da população em geral, estimulando-a a fazer o auto-exame”, assim como o aumento da acessibilidade dos cidadãos a consultas de dermatologia nos hospitais e ao tratamento de cancros diagnosticados.

Nos solários, a fiscalização vai apertar, uma vez que estes centros de bronzeamento artificial “ainda passam a ideia de uma coisa saudável, mas têm tempos prolongados e comprovadamente cancerígenos”, explicou Osvaldo Correia. Para o secretário-geral da APCC, “o solário está para a pele como o tabaco está para o pulmão”.

Além destas medidas, será também criada uma base de dados para o registo nacional de todos os doentes com melanoma e todos os laboratórios vão ser obrigados a notificar à tutela e aos registos oncológicos regionais todas as formas de cancro de pele, de modo a tornar conhecidos os números reais. 

A 20 de Maio, dia do Euromelanoma, vão ocorrer diversas campanhas de sensibilização para esta temática em parceria com as autarquias. Cerca de 40 serviços de dermatologia de todo o país vão realizar rastreios dos vários tipos de cancros de pele.

 Esta iniciativa será dirigida em particular aos grupos de risco, que incluem pessoas de pele clara, adultos que sofreram queimaduras solares quando jovens, pessoas expostas ao sol, desde trabalhadores a desportistas, com antecedentes familiares de cancro de pele ou com sinais suspeitos.

Segundo Osvaldo Correia, estima-se que os cancros de pele continuem a aumentar. As previsões apontam para que surjam mais de 12 mil novos casos de cancro de pele e mil novos casos de melanoma – a forma mais perigosa e mortal de cancro de pele – ao longo deste ano. 

No ano passado foram rastreadas 1663 pessoas, das quais apenas 32% já tinham efectuado um rastreio anteriormente. Cerca de 31% afirmaram ter actividade profissional ao ar livre. 
Com Lusa