Jackson bisa e deixa Jonas mais longe do trono do melhor marcador. Liga pode ficar decidida na próxima jornada.
O FC Porto não precisou de acelerar a fundo na recta que leva ao fim do campeonato. A exibição bastou para vencer o Gil Vicente por 2-0 e impedir o Benfica de festejar o bicampeonato a duas jornadas do fim. É certo que as águias só precisam de uma vitória – ou nem isso, caso o FCP escorregue. Mas a equipa de Lopetegui fez o que lhe competia. Se imaginarmos um mergulhador, é o equivalente a garantir que a botija de oxigénio dura mais uma semana. Se o Benfica vencer em Guimarães ou os dragões não triunfarem no Restelo, o ar acaba e as aspirações no campeonato ficarão sufocadas de vez. Jackson Martínez salvou a noite com dois golos, um deles de grande calibre:pontapé de bicicleta. Depois de Jonas ter igualado, sábado, o colombiano na lista dos melhores marcadores, o "9" portista aumentou a liderança e fica muito bem posicionado para vencer a bola de prata naquela que será quase de certeza a sua última época na Invicta.
Costuma-se dizer que a esperança é a última a morrer. Foi com esse lema na cabeça que os jogadores do FC Porto entraram no Dragão para encarar o Gil Vicente. Uma falha e o xeque-mate do Benfica na Liga ficaria concretizado. Depois da derrota em casa com as águias por 5-0, no último fim-de-semana, dificilmente os gilistas seriam um adversário muito incómodo para os azuis-e-brancos.
Já sem outras competições por disputar, Lopetegui apresentou o melhor onze. E não foi nenhuma surpresa os dragões terem demorado apenas 12 minutos a chegar à vantagem. O 1-0 até podia ter acontecido um pouco antes, quando Quaresma dispôs de um penálti por falta de Cadu sobre Jackson. Facchini defendeu bem o remate do extremo, que no entanto não demorou a redimir-se. Na sequência do lance, cruzou de forma perfeita para Jackson encostar a cabeça e colocar-se novamente na frente da lista dos melhores marcadores da Liga. A vida ficava ainda mais difícil para o Gil Vicente, que na semana passada tinha aguentado o 0-0 apenas 14 minutos no jogo contra os campeões nacionais.
A equipa de José Mota, que tenta desesperadamente escapar à despromoção, não tinha muitas hipóteses para brilhar. A excepção aconteceu ao minuto 34, quando Vilela falhou o empate num cabeceamento perigoso. A base do jogo não se alterava, com o segundo golo portista a parecer sempre mais próximo do que o 1-1. Os dragões não colocavam a velocidade vertiginosa que por vezes mostraram durante a época, mas nesta fase será complicado exigir muito mais a uma equipa que parece irremediavelmente afastado do 1.o lugar.
Com uma diferença de aproximadamente dez segundos, Jackson e Evandro acertaram no poste da baliza de Facchini. Só perto do fim Jackson descansou de vez os adeptos, com (mais) um grande golo. A partida deu ainda para ver o regresso de Tello aos relvados, depois da lesão sofrida; o extremo espanhol esteve parado mais de um mês, falhando os jogos decisivos da temporada.
V. Guimarães-Benfica e Belenenses-FC Porto são os embates que podem decidir o título na próxima jornada. Há dez jogos que os dragões não vencem em Lisboa (última vez foi com o Estoril, em Outubro de 2012). A margem de erro agora não existe, mas caso a equipa de Jorge Jesus some três pontos, o xeque-mate à Liga fica consumado.