SMS


Estou mais ansioso por ver uma notícia a anunciar que um mau governo foi despedido pelo Presidente da República por whatsapp. Isso é que era.


Diziam os antigos romanos que ne nuntium necare, não se deve matar o portador das más notícias.

Isto para bem defender os SMS que atormentam a nossa vida política. Primeiro o SMS de Paulo Portas. Claro que não fica bem alguém demitir-se do governo por SMS. Mas também não é curial o primeiro-ministro anunciar o nome do novo ministro das Finanças ao seu parceiro de coligação da mesma forma.

Estão bem um para o outro. De resto, para quem anunciou uma coligação no 25 de Abril e uma semana depois se revela ao mundo com tamanho despudor, está tudo dito. Depois o SMS de António Costa ao jornalista Vieira Pereira.

Como dizem os especialistas em comunicação, só é notícia algo que alguém não quer ver publicado, tudo o resto não passa de press releases. Ora se Costa se irritou, é porque Vieira Pereira tocou nalgum ponto que o deixou incomodado. E se este vazou a sua irritação com um SMS mais ou menos abrutalhado, também não é por aí que o jornalista se sentirá mais ou menos manietado nos seus futuros escritos sobre o PS. O que me preocupa são os SMS lisonjeiros e de agradecimento que os políticos enviam aos jornalistas. Sempre que uns e outros brigarem, o trabalho jornalístico está a ser bem feito e assim deve continuar.

Quanto ao João Vieira Pereira, provavelmente não será surpreendido à porta do “Expresso” por um António Costa enfurecido e preparado para resolver o assunto à bengalada, como era apanágio nos finais do século xix. Regressando ao futuro, estou mais ansioso por ver uma notícia a anunciar que um mau governo foi despedido pelo Presidente da República por whatsapp. Isso é que era.

Escreve à sexta-feira

 

SMS


Estou mais ansioso por ver uma notícia a anunciar que um mau governo foi despedido pelo Presidente da República por whatsapp. Isso é que era.


Diziam os antigos romanos que ne nuntium necare, não se deve matar o portador das más notícias.

Isto para bem defender os SMS que atormentam a nossa vida política. Primeiro o SMS de Paulo Portas. Claro que não fica bem alguém demitir-se do governo por SMS. Mas também não é curial o primeiro-ministro anunciar o nome do novo ministro das Finanças ao seu parceiro de coligação da mesma forma.

Estão bem um para o outro. De resto, para quem anunciou uma coligação no 25 de Abril e uma semana depois se revela ao mundo com tamanho despudor, está tudo dito. Depois o SMS de António Costa ao jornalista Vieira Pereira.

Como dizem os especialistas em comunicação, só é notícia algo que alguém não quer ver publicado, tudo o resto não passa de press releases. Ora se Costa se irritou, é porque Vieira Pereira tocou nalgum ponto que o deixou incomodado. E se este vazou a sua irritação com um SMS mais ou menos abrutalhado, também não é por aí que o jornalista se sentirá mais ou menos manietado nos seus futuros escritos sobre o PS. O que me preocupa são os SMS lisonjeiros e de agradecimento que os políticos enviam aos jornalistas. Sempre que uns e outros brigarem, o trabalho jornalístico está a ser bem feito e assim deve continuar.

Quanto ao João Vieira Pereira, provavelmente não será surpreendido à porta do “Expresso” por um António Costa enfurecido e preparado para resolver o assunto à bengalada, como era apanágio nos finais do século xix. Regressando ao futuro, estou mais ansioso por ver uma notícia a anunciar que um mau governo foi despedido pelo Presidente da República por whatsapp. Isso é que era.

Escreve à sexta-feira