A esquerda, portuguesa, europeia e britânica, está cheia de azia. Depois de muitas sondagens com muitos empates técnicos e muitos cenários para levarem Ed Miliband ao colo para Downing Street, as eleições deram uma esmagadora vitória aos conservadores de David Cameron. Com 331 deputados eleitos, contra 232 dos trabalhistas, os conservadores mostraram que vale a pena fazer políticas sérias para pôr o Estado na ordem e fazer crescer a economia. A vitória conservadora foi construída em cima de anos de austeridade, reformas laborais e cortes profundos nas despesas públicas.
Em Portugal, é preciso que alguém comece a pedir aos portugueses para não deixarem os socialistas levar o país à falência. Again
Com a economia a crescer e o desemprego a baixar, os britânicos perceberam bem o apelo de Cameron no dia das eleições: “Não deixem os trabalhistas estragar a economia”. Portugal vai a votos em Outubro depois de quatro anos duros de austeridade, desemprego e pobreza, com brutais subidas de impostos que atiraram a classe média para patamares de vida inimagináveis há poucos anos. Os resultados, tímidos, começam agora a surgir. A economia cresceu 0,9% em 2014 e pode chegar aos 1,7% este ano. O desemprego baixou para 13,4%, longe dos 17% dos anos negros de 2012 e 2013. Mas muito está por fazer. É por isso que o bodo aos pobres prometidos pelo PS e pelos sábios do seu programa económico cheira a dejà vu. É por isso que o bodo aos pobres prometido por António Costa faz lembrar os idos de 2009 e 2010 quando o país foi à falência.
Cameron mostrou que a austeridade fez bem à economia e que a sua vitória lhe dá força para continuar a melhorar a vida dos britânicos e pôr à prova a velha e caduca União Europeia no referendo de 2017. Cameron fez bem em pedir aos britânicos para não deixarem os trabalhistas estragar a economia. Em Portugal, é preciso que alguém comece a pedir aos portugueses para não deixarem os socialistas levar o país à falência. Again.