No final da semana passada, o primeiro-ministro elogiou o ex-administrador do BPN Dias Loureiro e o BE trouxe essas palavras ao debate quinzenal para acusar Passos de com isso “insultar todos os empresários honestos” e levantar as suspeitas sobre o processo do BPN “parado há seis anos, o que só quer dizer que o tempo da impunidade não acabou”. O primeiro-ministro reafirmou elogios ao antigo secretário-geral do PSD, mas rejeitou interferências na Justiça.
Catarina Martins começou por recordar o prejuízo do BPN apurado pelo Tribunal de Contas. “4 691 milhões de euros. Há 4691 milhões de razões para explicar por que achou pertinente e desejável elogiar Dias Loureiro”. Recuperando o que disse Passos sobre o ex-administrador do BPN, a deputada do BE afirmou que “em Dia Loureiro o mais difícil é encontrar exigência. Facilidades é fácil. Veio do governo de Cavaco Silva para o BPN para fazer negócios utilizando o lóbi do poder politico”. E continuou: “Tão metódico que conseguiu alguns anos depois comprar parte da editora que acabou de editar o seu livro a enxovalhar Paulo Portas”.
Sobre a parte relativa a Dias Loureiro, Passos reafirmou o que disse a 1 de Maio: “Sabe que não é por viver no interior que não podemos vencer na vida e ter negócios bem sucedidos. O Dr. Dias Loureiro também sabe disso e a generalidade dos portugueses. As facilidades saem sempre muito caras. Pagámos caro a forma como tratamos os investimentos públicos”. A frase indignou a coordenador do BE que considerou que o “elogio a Dias Loureiro insulta o país”, acrescentando ainda que “há um grupo impune que pode fazer o que quer. Bem sei que o processo do BPN está parado há seis anos, mas isso só quer dizer que o tempo da impunidade não acabou”.
E o primeiro-ministro ainda respondeu para garantir a separação de poderes: “Pode fazer as insinuações que quiser. Reafirmo que o governo não interfere na justiça e se tem alguma evidência em contrário, agradecia que o pudesse dizer com rigor. Não existe nenhuma intervenção do governo nos processo da justiça.”