Os gritinhos indignados de muitas almas com a fiscalização prévia do programa económico vendido aos portugueses pelos 12 sábios de António Costa revelam bem que anda por aí muita gente que quer sentar-se à manjedoura estatal custe o que custar. Os gritinhos indignados revelam que para muitas alminhas o que interessa é uma democracia baseada em mentiras e fantochadas e têm pavor a tudo o que desmonte a demagogia, o populismo e a compra de votos.
Os gritinhos indignados escondem o medo da realidade e da verdade. Os gritinhos indignados vêm dos que tentam atirar para debaixo do tapete a realidade pura e dura. Foi por causa de políticas como as que estão vertidas no documento dos sábios de António Costa que Portugal já foi à falência três vezes em 41 anos de democracia.
Com ou sem crises internacionais para esconder a triste realidade de um país que não tem nem terá nos anos mais próximos uma economia que sustente o Estado que tem e as despesas sociais que insiste em manter. Portugal é um país pobre que anda a fazer figura de rico há muitos anos. Está na altura de mudar de rumo e de política. Está na altura de banir das campanhas eleitorais as mentiras que enganam o povo e os políticos mentirosos e irresponsáveis que atiram impunemente para o desemprego e para a miséria milhões de portugueses.
Está na altura, portanto, de submeter todos os programas eleitorais ao exame prévio de várias entidades nacionais e internacionais. Está na altura de submeter os programas eleitorais da coligação do PSD com o CDS e do PS ao exame prévio de entidades como o Conselho de Finanças Públicas, a UTAO, o Banco de Portugal, a Comissão Europeia, o Eurogrupo e o Fundo Monetário Internacional.
Feitos os exames e elaborados os relatórios, os portugueses que ainda votam ficam a saber o que os espera quando escolherem um dos partidos ou coligações que podem governar este sítio cada vez mais mal frequentado durante quatro anos. Feitos os exames prévios, tudo fica claro e os indígenas que ainda votam não têm razões para se sentir enganados pelos partidos ou coligações que escolheram para os governar.
O exame prévio aos programas eleitorais torna a democracia transparente e a relação com os eleitores clarinha como água. O exame prévio não permite cenas como as que aconteceram em 2002 com Durão Barroso e em 2005 com José Sócrates. Durão andou a prometer um choque fiscal aos portugueses e quando chegou ao poleiro descobriu, com a ajuda do inenarrável Constâncio, que o país estava de tanga quando entrou eufórico na moeda única e aplicou de imediato um pacote de austeridade em cima dos indígenas.
Três anos depois, com a ajuda do mesmo inenarrável Constâncio, José Sócrates descobriu um défice virtual muito acima dos 3 por cento exigidos por Bruxelas, rasgou as promessas eleitorais e aplicou mais uns remédios para o emagrecimento aos desgraçados dos indígenas. O exame prévio evita cenas, manobras, joguinhos de quem promete mundos e fundos nas campanhas, e quando chega ao poleiro atira umas pedradas aos desgraçados do costume que ainda acreditam na democracia. E esqueçam as tretas sobre a independência nacional. À conta dela já lá vão três bancarrotas. É obra.