Os partidos entraram na fase das promessas eleitorais. Conservadores apostam nas pequenas e médias empresas e trabalhistas oferecem benefícios fiscais para quem comprar casa.
O Partido Conservador pretende conquistar uma maioria absoluta nas próximas eleições legislativas, que se realizam dentro de poucos dias. À semelhança do que acontece com os trabalhistas, a força liderada por David Cameron não tem dúvidas de que vai alcançar os votos necessários para governar sozinha até 2020. Nem os resultados das sondagens tiram a ambição quando estamos muito perto das grandes decisões.
Um porta-voz do Partido Conservador garantiu ao i que o “objectivo é conquistar a maioria absoluta”. As respostas foram as mesmas às questões colocadas sobre o novo cenário político após o acto eleitoral. Os analistas consideram que o vencedor das eleições não irá obter maioria absoluta e terá de procurar alianças para conseguir governar. Não está excluída a hipótese de ser formado um governo minoritário, embora tenha menos condições políticas de sobreviver ao longo de cinco anos. A mesma fonte revelou que não está a ser preparada outra solução que não seja “a maioria absoluta”.
PROPOSTAS O programa eleitoral do partido abrange várias áreas. O slogan do manifesto refere a necessidade de criar uma “liderança forte, um plano económico e um futuro melhor”. As prioridades para a próxima legislatura são a economia, o emprego, reduzir os impostos, controlar a imigração e investir na segurança.
No plano económico, os conservadores prometem não aumentar o IRS, o IVA e as contribuições para a segurança social. A medida permite ao Reino Unido ambicionar ser a maior economia no mundo em 2030. O trabalho começou a ser feito em 2014, uma vez que a economia britânica foi uma das que mais cresceu no espaço europeu e mundial. O crescimento económico teve como principal consequência o aumento dos postos de trabalho. Na última legislatura, o executivo reduziu a taxa de desemprego. Nos próximos cinco anos, o objectivo passa por criar condições às empresas para gerarem postos de trabalho. O governo quer ajudar os empresários na obtenção de dois milhões de empregos, através de impostos mais competitivos e apoio do Estado a três milhões de jovens. Também é sua intenção combater as greves injustificadas no sector público.
A imigração foi um dos temas mais falados durante a campanha eleitoral. A promessa de David Cameron de realizar um referendo sobre a manutenção do Reino Unido na União Europeia colocou o foco do debate nas relações entre os britânicos e as vantagens concedidas aos imigrantes. Os conservadores não têm dúvidas de que é necessário controlar os fluxos que chegam da Europa, em particular os provenientes do leste europeu. Caso seja eleito um novo governo conservador, as regras de assistência social aos imigrantes europeus vão mudar. A imigração ilegal e o abuso do salário mínimo fazem parte das prioridades. O executivo entende que o corte nos benefícios e a vigilância reduzem o número de pessoas interessadas em viver no Reino Unido.
PLANO PARA A VIDA O programa eleitoral apresenta medidas sociais e económicas para as várias fases da vida de uma pessoa. O executivo garante benefícios e vantagens após o nascimento, durante as etapas escolares, após a obtenção do primeiro emprego, na constituição de família e na reforma.
CONFIANÇA O primeiro-ministro começou a penúltima semana de campanha muito confiante. David Cameron prometeu que vai trabalhar muito para conseguir uma vitória no dia 7 de Maio. A economia foi o tema escolhido para dar início a mais uma semana de acções políticas no país. Numa conferência que reuniu pequenos empresários no norte de Londres, o chefe de governo garantiu que “haverá condições para as empresas mais pequenas criarem emprego”. Os conservadores prometem manter os impostos baixos, reduzir a burocracia, triplicar o número de empréstimos em fase de arranque e investir em infra-estruturas, como é o caso de uma banda larga mais rápida. As medidas anunciadas surgem depois de cinco mil pequenas e médias empresas terem assinado uma carta apoiando as políticas delineadas pelo executivo britânico nos últimos cinco anos. De acordo com a informação divulgada pelos meios de comunicação social, as companhias representam 100 mil trabalhadores. O título da carta é “Gostaríamos que David Cameron e George Osborne tivessem a oportunidade de acabar aquilo que começaram”. No entanto, houve um problema. A Aurum Solutions retirou o seu apoio, justificando que não concordou em dar o nome porque não tem qualquer alinhamento ideológico nem partidário. David Cameron pretende criar 600 mil novas empresas por ano até 2020.
O Partido Trabalhista promete ajudar os britânicos que queiram comprar casa pela primeira vez. Ed Miliband propõe que os compradores estejam isentos do pagamento do imposto de selo na aquisição de habitações com valor inferior a 300 mil libras.
LIDERANÇA As duas últimas semanas antes do escrutínio estão a favorecer os interesses do Partido Conservador. A sondagem realizada pelo ICM para o jornal “The Guardian” indica que os conservadores têm uma vantagem de três pontos sobre os trabalhistas. A força liderada por David Cameron conta com 35%, contra os 32% da oposição. A BBC também regista uma vantagem de um ponto percentual dos conservadores. Por seu lado, a sondagem do YouGov.com continua a dar vantagem ao partido de Ed Miliband. Os números das restantes forças partidárias são iguais em todos os estudos divulgados pela imprensa. O UKIP está no terceiro lugar com 13%.