É o jogo mais ansiado do campeonato há muitas semanas. O Benfica segue na frente da tabela desde a quinta jornada e em Janeiro desperdiçou a oportunidade de deixar o FCPorto a nove pontos de distância mas os dragões de Julen Lopetegui nunca se deixaram atrasar o suficiente para ficarem sem uma palavra a dizer na decisão do título. A 21 de Março, quando o Benfica perdeu em Vila doConde e o FC Porto empatou na Choupana, os portistas passaram a depender apenas de si próprios e todas as atenções começaram a centrar-se no clássico deste fim-de-semana.
O Benfica somou três vitórias consecutivas – Nacional e Académica em casa e Belenenses fora – e o FC Porto não se ficou atrás – Estoril e Académica em casa e Rio Ave fora. Separados por uma vitória, a vantagem continua a ser encarnada. E por várias razões. A equipa de Jorge Jesus está no primeiro lugar, joga em casa perante o apoio de uma lotação esgotada e conta a seu favor com a vitória de Dezembro no Dragão, com dois golos de Lima.
E será essa a chave no domingo. Se oBenfica vencer, o campeonato ficará praticamente decidido. A diferença aumenta para seis pontos, com apenas doze para disputar e com a vantagem no confronto directo a pender para os encarnados. Se em 2011, o FC Porto de Villas-Boas fez com que o Benfica apagasse a Luz depois da vitória que selou o campeonato, desta feita poderá ser o Benfica a matar de vez a luz que mantém acesa a esperança portista.
A pressão está do lado do FCPorto e surge numa semana difícil, após a goleada de Munique (1-6) e consequente eliminação dos quartos-de-final da Liga dos Campeões. A margem de erro é nula e ganhar pode não ser suficiente para subir à liderança. E na eventualidade de os dragões retribuírem o 2-0, as últimas jornadas prometem uma discussão sensacional em que tudo se poderá decidir na diferença de golos. Se for esse o resultado, a vantagem continuará a ser doBenfica mas apenas por um golo. Como nunca antes, a obsessão pelas balizas contrárias tornar-se-á difícil de esconder. O desempate é importante mas a prioridade de Jesus e Lopetegui ainda não passa por aí.
O historial na nova Luz é muito equilibrado – três vitórias do Benfica, quatro empates – sempre com as águias a marcarem o último golo do jogo – e quatro triunfos do FC Porto. Se a tendência se reduzir à era de Jorge Jesus, o equilíbrio também é a palavra de ordem:duas vitórias, um empate e duas derrotas com a curiosidade de os dois triunfos terem surgido nas épocas em que o Benfica foi campeão. Agora, se não houver duas sem três, o técnico contratado em 2009 poderá fazer história, garantindo o primeiro bicampeonato do Benfica desde 1984, quando Pinto da Costa estava há apenas dois anos na presidência.
O eventual falhanço do título por parte do FCPorto também será visto de uma perspectiva muito invulgar nos 33 anos de reinado do presidente dos dragões. Durante este período, os azuis-e-brancos foram campeões em vinte edições e só por duas vezes falharam o primeiro lugar em anos consecutivos: no bis do Benfica em 1983 e 1984 e no arranque do milénio com títulos do Sporting em 2000 e 2002 e do Boavista em 2001.
Benfica-FCPorto, 17h00, domingo, BTV1