Bem-vindas


Um grupo de economistas afectos ao PS, liderado pelo prestigiado Mário Centeno, apresentou ontem um conjunto de propostas para a próxima década.


A primeira observação é que temos finalmente um plano – ainda incompleto – das ideias económicas do PS, e isso é seguramente importante para a democracia e para os portugueses: temos o maior partido da oposição a propor um caminho.

A segunda nota é que se trata de um caminho, que é alternativo. Na verdade, como escrevia Santos Guerreiro, “onde a troika quis um choque de competitividade, os economistas do PS querem um choque de rendimento”.

É certo que nos próximos tempos teremos ocasião de perceber se o modelo agora apresentado é exequível ou meramente teórico, mas é seguramente merecedor da nossa atenção.

E estas propostas do PS não se combatem apenas com o papão e os fantasmas do passado, é preciso mais; é preciso explicar onde estão os erros de análise, os riscos das medidas e a sua inexequibilidade, tendo sempre presente que as pessoas estão cansadas de cortes e mais cortes, o que não torna difícil perceber que estarão disponíveis para trocar, nos próximos anos, a asfixia certa por um balão de oxigénio incerto.

Ignorar isto é oferecer a vitória ao PS.

Sejam pois bem-vindas as propostas, ainda que possam ser um passaporte para um novo abismo.

É o que veremos, nos próximos tempos.

Professor da Faculdade de Direito de Lisboa
Escreve à quarta-feira

Bem-vindas


Um grupo de economistas afectos ao PS, liderado pelo prestigiado Mário Centeno, apresentou ontem um conjunto de propostas para a próxima década.


A primeira observação é que temos finalmente um plano – ainda incompleto – das ideias económicas do PS, e isso é seguramente importante para a democracia e para os portugueses: temos o maior partido da oposição a propor um caminho.

A segunda nota é que se trata de um caminho, que é alternativo. Na verdade, como escrevia Santos Guerreiro, “onde a troika quis um choque de competitividade, os economistas do PS querem um choque de rendimento”.

É certo que nos próximos tempos teremos ocasião de perceber se o modelo agora apresentado é exequível ou meramente teórico, mas é seguramente merecedor da nossa atenção.

E estas propostas do PS não se combatem apenas com o papão e os fantasmas do passado, é preciso mais; é preciso explicar onde estão os erros de análise, os riscos das medidas e a sua inexequibilidade, tendo sempre presente que as pessoas estão cansadas de cortes e mais cortes, o que não torna difícil perceber que estarão disponíveis para trocar, nos próximos anos, a asfixia certa por um balão de oxigénio incerto.

Ignorar isto é oferecer a vitória ao PS.

Sejam pois bem-vindas as propostas, ainda que possam ser um passaporte para um novo abismo.

É o que veremos, nos próximos tempos.

Professor da Faculdade de Direito de Lisboa
Escreve à quarta-feira