“Este relatório não é a Bíblia”, diz Costa

“Este relatório não é a Bíblia”, diz Costa


Líder do PS recebeu cenário macroeconómico onde vai basear programa eleitoral e disse que “é preciso acelerar regresso à normalidade”.


O cenário macroeconómico encomendado pelo líder socialista a um grupo de economistas está apresentado, mas António Costa avisa que se trata de um "relatório técnico" que ainda terá de ser aceite pelos órgãos do partido. Ainda assim, o líder do PS admitiu ir às medidas associadas ao quadro apresentado "inspiram e motivarão a elaboração do programa de governo".

Em traços largos, o plano apresentado esta terça-feira prevê que em 2019 o país esteja a crescer 2,6%, com um défice de 0,9%. Um "saldo final virtuoso", como lhe chamou Costa, que também diz que o relatório "não é a Bíblia. E estes senhores [apontou para os economistas na primeira fila] não são os apóstolos". O cenário vai "enquadrar e servir de base ao programa de governo" que o PS apresentará a 6 de Junho e permitirá dizer, garante o líder do PS, que o compromisso que o partido vier a assumir foi "avaliado e testado" .

O plano apresentado ao líder do PS  inclui, entre outras medidas:

1. A redução gradual da sobretaxa de IRS em 2016 e 2017; 

2. Redução do IVA na restauração; 

3. Reforço investimento até 2019, pela aceleração da execução dos fundos comunitários; 

4. Complemento salarial anual para rendimentos mais baixos e para contribuinte que tenham apresentado declarações de rendimentos nesse ano; 

5. Redução temporária da contribuição dos trabalhadores para a segurança social (9,5% em 2016, 8% em2017 e 7%em 2018); 

6. Reposicao dos "mínimos sociais", no Rendimento Social de Inserção, Complemento Solidário para Idosos e abono de família, para valores anteriores a 2012; 

7. Imposto sucessório para heranças de valor superior a 1 milhão de euros; 

8. Limitação da contratação a prazo a situações de substituição de trabalhadores; 

9. Repor salários na função pública já em 2017.

Depois da apresentação feita pelo coordenador do grupo de trabalho, Mário Centeno, António Costa afirmou que "é preciso acelerar o regresso à normalidade em Portugal".