“Powers”. Superpoderes sem regras


Quando apareceu em papel, “Powers” era uma aventura com muita ambição mas com poucas expectativas. É a sina de quem entra de mansinho num mercado agressivo como o dos super-heróis, recheado de ideias desafiadoras, histórias inesperadas e vilões maiores que os dois elementos anteriores juntos. Mas a epopeia correu bem e em 2004, quatro anos…


Quando apareceu em papel, “Powers” era uma aventura com muita ambição mas com poucas expectativas. É a sina de quem entra de mansinho num mercado agressivo como o dos super-heróis, recheado de ideias desafiadoras, histórias inesperadas e vilões maiores que os dois elementos anteriores juntos. Mas a epopeia correu bem e em 2004, quatro anos depois da estreia, os autores – Brian Michael Bendis e Michael Avon Oeming – faziam parte do catálogo da Marvel. Após 15 anos a construir um pequeno grande culto, “Powers” passou a série de TV, não no formato mais habitual mas através da PlayStationNetwork, rede acessível aos utilizadores da popular consola de videojogos da Sony. No domingo chega a Portugal em modo “sala de estar”, com estreia marcada na TV Séries às 21h30.

“Powers” esteve para ser filme e chegou a ter um episódio-piloto gravado, cortesia do canal FX (em 2011). Nada aconteceu até que a Sony achou que o público que compra jogos na PlayStation Network poderia estar interessado numa produção destas. É a primeira aposta do género para a Sony, mas deverá ser o início de mais um bonito investimento

Agora lançamos dois pontos e explicamos o que aqui se passa: Powers é o nome dado à classe social composta por homens e mulheres com superpoderes, uma categoria de cidadãos que abunda no universo paralelo criado pela dupla Bendis/Oeming. E, claro, no meio de tanta gente com capacidades extraordinárias tinha de haver uns quantos prontos a fazer o que não devem – a este tipo de individualidades é habitualmente dado o nome de supervilões, mas não aqui, não é essa a ideia.

A ideia é mais realista (dentro do possível, naturalmente): se há quem pratique o mal, chama-se a polícia. Claro que os maus da fita são fortes e lançam coisas dos olhos e desenvolvem outros malabarismos da mesma estirpe, mas a bófia esforça-se. Christian Walker é um verdadeiro cowboy no meio desta confusão. É ele que vai assumir a missão de limpar a cidade (originalmente tudo acontecia em Chicago, mas aqui a acção decorre em Los Angeles, nada que possa representar um golpe significativo no resultado final), com substâncias meio mágicas pelo meio e mistérios à bruta para resolver. E não, dizem os responsáveis que “Powers” não tem nada a ver com “Heroes”, outra série popular que envolvia pessoas especiais. Até ver há uma temporada e dez episódios para tirar conclusões.