José Sócrates não vai pedir nenhuma excepção para facilitar a visita dos filhos ou de familiares mais próximos. A garantia foi dada pelo advogado João Araújo. “O senhor engenheiro não aceita concessão nenhuma desta gente. Muito menos do senhor director-geral. Não precisa, não as pede e não as aceita”, disse ontem o advogado do ex-primeiro-ministro, depois de o i ter noticiado que os serviços prisionais estão disponíveis para abrir uma excepção e permitir que os filhos de Sócrates o visitem na prisão. O que não aconteceu ainda, devido à presença constante dos jornalistas no local.
Rui Sá Gomes, director-geral dos serviços prisionais, disse ao i que o horário alargado das visitas – privilégio concedido aos advogados – poderá aplicar-se noutras “situações excepcionais”.
A questão já tinha sido lançada pelo ex-ministro Augusto Santos Silva. Na TVI, o socialista lamentou que os filhos de Sócrates não o possam visitar, devido aos jornalistas que “fazem tristes figuras acampados em frente a um estabelecimento prisional”. No domingo, Marcelo Rebelo de Sousa também apelou à comunicação social para “respeitar a privacidade dos filhos” de José Sócrates. “Compreendo que os serviços prisionais encontrem uma maneira de os filhos terem direito à privacidade. É um problema de humanidade”, disse.
O ex-primeiro-ministro ainda não recebeu a visita de nenhum familiar mais próximo. Ao i, um socialista confirmou que a presença constante dos jornalistas à porta da prisão é uma das razões que leva a que os dois filhos, um deles menor, não o tenham ainda visitado.
CLIMA DEPRIMENTE O deputado José Lello diz que a prisão de Évora é fria e tem “um clima deprimente”. Lello, que visitou Sócrates na semana passada, escreve no Facebook que a época de Natal “lhe traz à memória” o encontro com o ex-líder do PS e garante que “apesar do frio e do clima deprimente do sítio para onde o remeteram”, Sócrates “mantém uma dignidade cívica e uma determinação verdadeiramente impressionantes”. O presidente da Associação Socioprofissional Independente da Guarda, José Alho, garantiu que irá denunciar junto dos Serviços Prisionais que “as condições” da prisão “não são as melhores”. José Alho diz tratar-se de “uma prisão pequena, que está sobrelotada”.