Opinião por Graça Canto Moniz. “Austericídio” ou os erros socialistas


À crise Económica europeia junta-se outra mais subtil – a diluição dos partidos socialistas. Esta obra tem por base, pelo menos, duas décadas de práticas e discursos sem adesão a qualquer realidade demográfica, política ou económica. Um exemplo do descalabro progressista é o “novo” guru das esquerdas, o francês Piketty, um velho marxista com roupas…


À crise Económica europeia junta-se outra mais subtil – a diluição dos partidos socialistas. Esta obra tem por base, pelo menos, duas décadas de práticas e discursos sem adesão a qualquer realidade demográfica, política ou económica. Um exemplo do descalabro progressista é o “novo” guru das esquerdas, o francês Piketty, um velho marxista com roupas da Zara. Perante a “crise” do demo capitalista, e apesar das debilidades que atribuem às diversas direitas, não encontram uma alternativa convincente à esquerda. De certo modo, esta é a prova, o “austericídio” resulta desse fracasso. Nada de novo, pensemos em Mitterand.

Em 2009, o PPE manteve as suas posições, perdendo apenas 0.7% dos sufrágios face a 2004, contra perdas de 2.8% no grupo socialista. Por cá, ouvimos a versão caridosa explicar que o socratismo foi desmantelado porque teve, coitadinho, de governar o país em tempos de crise, fazendo das tripas coração. Uma confirmação da própria incapacidade, portanto. Já Hollande, eleito com um plano de voo totalmente equivocado foi a tempo de recorrer a um transformismo ideológico, fazendo múltiplas concessões à realidade. Sarkozy agradeceu.

Em Portugal não será diferente já que o PS apenas tem 3 objectivos nestas eleições: segurar Seguro; discutir quanto dinheiro alemão e finlandês vai ser, solidariamente, gasto; e provar que, pelo menos este Francisco Assis, apesar de convertido, afinal, não vai ser canonizado.

Jurista. Escreve no blogue oinsurgente.org