O secretário-geral do maior partido da Coligação Democrática Unitária (CDU) afirmou que um futuro Governo socialista pode ser “diferente no modo”, mas não tem “resposta” para a austeridade que angustia “muitos e muitos milhões de portugueses”.
“Nem sequer vou referir os ataques pouco dignos por parte do PS e de seus dirigentes, escritos e falados, que consideram o PCP como o inimigo principal”, começou por frisar Jerónimo de Sousa, em entrevista à Agência Lusa.
O líder comunista, referindo-se à atual campanha eleitoral europeia, na qual o “partido rosa” tem sido sobrecitado pela CDU como sendo um entre iguais face à coligação governamental PSD/CDS-PP, reiterou que a argumentação está assente em factos.
“Quando identificamos os três juntos é com base numa realidade, em factos. Durante estes cinco anos, em termos de medidas estruturais, alguma vez o PS votou de forma diferenciada do PSD e do CDS? Nós não inventamos. Que juízo de valor devemos fazer em relação a um PS que está comprometido com esta política no plano europeu, mas também no plano nacional?”, questionou.
Segundo Jerónimo de Sousa, “o objetivo é exigir responsabilidades a um PS que não pode ter Sol na eira e chuva no nabal”, que “não pode estar comprometido e cúmplice com esta política e dizer que quer fazer um Governo nunca respondendo à questão ´para fazer o quê?””.
“Admito que o PS será diferente, na forma, no modo de governar, mas naquilo que é a essência e a substância da política, as questões que hoje atravessam a sociedade, os problemas mais candentes que angustiam muitos e muitos milhões de portugueses, para essas não há resposta. Essa é a razão crítica”, explicou.
Para o deputado comunista, “é compreensível e justo que a CDU apele a uma votação desses eleitores, descontentes, zangados com a política, com os políticos, que se encontrem com na CDU, que honrou a palavra em relação ao mandato que agora findou no Parlamento Europeu e tem uma visão e proposta claras de política alternativa”.
*Artigo escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado pela agência Lusa