Europeias. A Portugal não pode dizer-se que desobediência “é impossível”


A cabeça de lista do BE às europeias defendeu terça-feira que Portugal é dos poucos países da Europa “a quem não podem dizer que a desobediência é impossível”, como prova o 25 de Abril, apelando ao combate contra a austeridade. Num jantar-comício em Évora, que contou com a presença do mandatário nacional Mário Tomé, Marisa…


A cabeça de lista do BE às europeias defendeu terça-feira que Portugal é dos poucos países da Europa “a quem não podem dizer que a desobediência é impossível”, como prova o 25 de Abril, apelando ao combate contra a austeridade.

Num jantar-comício em Évora, que contou com a presença do mandatário nacional Mário Tomé, Marisa Matias defendeu a necessidade de o país iniciar “com urgência” e “de pé” o “caminho de desobediência à europa da austeridade”.

“Os portugueses e as portuguesas são um dos poucos povos da Europa a quem não podem dizer que a desobediência é impossível. Há 40 anos tivemo-la com sucesso”, disse, perante uma ovação da sala a esta alusão ao 25 de Abril de 1974.

A eurodeputada recandidata do BE referiu-se ainda a “alguns episódios insólitos da campanha da direita” de terça-feira, considerando que “só o terem andado com o champagne e as garrafas ao longo de todo o dia, é que pode justificar aquilo que se passou”.

“É que hoje, ao visitarem uma incubadora de empresas no Norte de Portugal, foi-lhes pedido que indicassem as características de uma pessoa para que nessa empresa dessem um diagnóstico relativamente a tratamentos de cuidado de saúde. Quem é que a Aliança Portugal escolheu ? A senhora Merkel”, relatou.

Apesar de já todos saberem que a direita “não se preocupa com a saúde de quem aqui vive”, Marisa Matias considera que “era escusado tanto” e que “podiam disfarçar um bocadinho mais”.

A cabeça de lista do BE garante que o partido tem uma “proposta firme” que é o contrário de toda esta austeridade, elencando o reforço da contratação coletiva, a reposição de salários e pensões e a proteção dos serviços públicos como apostas bloquistas.

Uma das intervenções que marcou a noite foi a de Mário Tomé que reiterou a ideia de que é preciso desobedecer, garantindo que o partido não quer atrás de si “rebanhos” e que tem por base o conhecimento e o saber e não nunca a mentira.

O mandatário nacional garante que o BE não vai entrar na forma da política em que a arma é a de aldrabar, elegendo como inimigo a Finança, num combate que tem tanto de duro como de aliciante.

*Artigo escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado pela agência Lusa