Poupar tempo e dinheiro é cada vez mais o lema dos consumidores, especialmente numa altura em que são confrontados com orçamentos familiares em constante emagrecimento. Isso obriga a mudar hábitos e as compras electrónicas aparecem muitas vezes como uma solução económica mais vantajosa. “O aumento do IVA, a perda de subsídios ou os crescentes descontos para o IRS pressionam de alguma forma o consumidor, tornando-o mais consciente e ponderado. Consequentemente, este procura alternativas mais económicas, rápidas e eficazes que continuem a satisfazer as suas necessidades com custos mais reduzidos”, comenta ao i Nuno Rodrigues, responsável da Pixmania, acrescentando ainda que, “o consumo online ganha uma nova dimensão por dispor de vantagens competitivas que o comércio offline não possui e nesta medida, apesar do ambiente recessivo, o negócio das lojas online mantém a resistência e continua a evoluir favoravelmente”.
A verdade é que o número de páginas na internet com comércio electrónico em Portugal cresceu quase 150% entre 2010 e 2012, para um total de 17 097, segundo um estudo da Email Brokers. Este crescimento também é visível nos gastos realizados pelos consumidores portugueses: entre Setembro de 2011 e Fevereiro deste ano foram realizadas compras online no valor de 1,63 mil milhões de euros. Feitas as contas, cada consumidor em Portugal fez, em média, oito encomendas e gastou 427 euros online, de acordo com os dados avançados pelo Mediascope Europe/ACEPI, sobre os hábitos de consumo online da Europa, que inclui Portugal.
POUPAR A palavra poupança surge sem dúvida como uma das grandes vantagens das compras electrónicas. Segundo o relatório da CapGemini disponibilizado ao i, existem várias vantagens em usar os canais online, “como a ausência da necessidade de deslocação para comprar o produto e a maior facilidade na comparação de preços e características de produtos, permitindo assim poupanças úteis que possibilitam fazer face à crise actual”.
De acordo com o mesmo estudo, as mulheres fazem mais compras do que os homens na internet e actualmente o preço é um dos factores que leva os consumidores a trocarem as lojas tradicionais pelas lojas online. Além disso, nos últimos anos os hábitos de consumo têm sofrido alterações que têm levado ao alargamento da idade das pessoas que procuram soluções na internet. Tem havido assim um aumento na utilização das plataformas digitais para a aquisição de bens nas faixas etárias mais avançadas. Segundo o estudo, estes consumidores são os que passam mais tempo a consultar blogues e redes sociais na procura de recomendações sobre produtos e serviços.
Mas nem tudo são vantagens e a poupança nem sempre é o resultado alcançado. Segundo um estudo da Associação de Defesa do Consumidor (Deco), as compras online perderam terreno face a 2011 e “estão entre as mais caras”. Esta é a conclusão da associação depois de ter analisado quase 70 mil preços em 593 lojas, incluindo três lojas online. Confrontado com esta situação, a Pixmania lembra que “o estudo da Deco foca essencialmente cadeias alimentares pelo que a maioria dos produtos comparados não correspondem ao leque disponibilizado pela Pixmania. Nessa medida, a afirmação diz respeito a compras online de um âmbito que difere daquele em que operamos, não alterando o facto do preço dos nossos produtos ser extremamente competitivo”.
A ausência do contacto directo com o cliente, a desconfiança moderada por parte dos clientes em relação aos produtos e a redução da capacidade de verificar a qualidade dos produtos em locais geograficamente distantes são também apontadas pela CapGemini como outras das desvantagens de recorrer às compras electrónicas.
1. Cartão de crédito
Forma mais usada É uma das formas de pagamento preferidas dos consumidores portugueses. Para isso, basta utilizar o número do cartão, a validade, o código de segurança e, a partir daí, é só inserir o montante. No entanto, é aconselhável utilizar este meio de pagamento apenas em sites seguros ou da sua confiança. Caso contrário, corre o risco dos dados do seu cartão poderem ser roubados e utilizados de forma indevida por outras pessoas. Proteja-se do “phishing”, por isso, não envie o seu número de cartão de crédito, código ou informações pessoais por email.
2. Cartão de débito
Novidade Esta forma de pagamento é nova no mercado nacional. É uma alternativa para quem não gosta de usar ou quem não tem cartão de crédito. No entanto, nem todos os bancos disponibilizam esta funcionalidade, está apenas presente nos cartões de débito Maestro (disponível apenas no BCP, CGD e Santander Totta). Estes cartões dispõem de um código secreto que possibilita aos titulares autenticarem-se perante o banco emissor do cartão, através de um código pessoal que é introduzido no momento de cada transacção.
3. MBNET
Alternativa Para quem não é adepto dos cartões de crédito, o MBNET pode ser encarado como uma alternativa. A adesão pode ser feita através das caixas automáticas da rede Multibanco através do serviço MBNET ou do “homebanking”. A ideia é criar um cartão virtual e a este será associado um código secreto. Sempre que quiser fazer um pagamento, terá de ir à página do MBNET e criar este cartão que normalmente só pode ser usado uma vez. Este método é seguro porque não necessita de colocar os dados do seu cartão de débito na internet.
4. Paypal
Intermediário Utilizado essencialmente para fazer transferências ou pagamentos online. Permite pagar através de Visa, MasterCard, American Express ou mesmo do MBNET de forma bastante segura já que não precisa de expor os dados do seu cartão de crédito ao site onde efectua a compra. Para poder utilizá-lo apenas tem de se registar no site da Paypal e associar a esse registo os cartões que pretende utilizar nos pagamentos. Ou seja, funciona como um intermediário na compra e não cobra despesas de activação nem taxas mensais.
5. Paysafecard
Payshop e CTT Neste caso não precisa de ter qualquer tipo de cartão ou conta bancária. Este cartão pode ser adquirido em qualquer loja Payshop e nas lojas dos CTT. Para quem tem cartão pode recorrer ao Multibanco. Este método é utilizado em cerca de 3500 lojas online através da inserção de um PIN de 16 dígitos. Tem um plafond máximo de 100 euros e durante os primeiros 12 meses a sua utilização é gratuita. A partir daí será aplicada uma taxa de manutenção de dois euros por mês que será deduzido no crédito.
6. MoneyBookers
Dívida online Funciona como uma espécie de conta virtual que permite realizar compras online. Basta registar-se no site e fazer uma transferência de dinheiro para essa conta. Este meio de pagamento é muito utilizado por quem joga na internet, pois o cliente só pode gastar o dinheiro depositado nessa conta online. Quando escolher o produto ou o serviço, dirija-se à respectiva página pela MoneyBookers e pode pagar através da sua conta virtual. Através deste processo também não está a revelar os seus dados pessoais.