A importação comercial de eletricidade aumentou 152 por cento nos primeiros seis meses do ano, face a 2011, segundo dados da REN, mas o secretário de Estado da Energia defende tratar-se de um reflexo da eficiência da rede europeia.
"Devemos importar e exportar conforme o mercado. Se for mais barato consumir eletricidade vinda de fora devemos importar, se tivermos eletricidade mais barata cá devemos exportar", admitiu Artur Trindade.
Segundo dados da REN (Redes Energéticas Nacionais) relativos ao primeiro semestre do ano, aos quais à agência Lusa teve acesso, a importação nacional líquida de eletricidade cresceu 151 por cento e a exportação caiu 90,6 por cento, comparativamente com igual período de 2011. Os efeitos da seca, com uma quebra de 64,9 por cento na hidroelétrica, estiveram na origem deste aumento na procura exterior.
"O conceito deve ser em mercado, uma rede que torna os sistemas de geração de energia a nível europeu cada vez mais eficientes. A área que está com excesso de oferta deve exportar para zonas com excesso de procura, isso não deve ser uma preocupação, mas sim ter energia a custos moderados e segurança de abastecimento", acrescentou.
O governante falava durante uma visita ao cluster eólico instalado desde 2006 em Viana do Castelo, liderado pela EDP e a alemã Enercon.
Nos primeiros seis meses de 2012 Portugal importou 4,694 GigaWatts-hora (GWh) de eletricidade, enquanto que há um ano esse valor era de 1,862 GWh.
Quanto à exportação, Portugal vendeu apenas 0,110 GWh quando nos primeiros seis meses de 2011 essas vendas totalizaram 1,170 GWh, segundo os mesmos indicadores disponibilizados pela REN.
"Se, na transação com Espanha, numa determinada hora, mês ou semestre, há mais energia a sair ou entrar na zona portuguesa, isso não é muito relevante. O que é relevante é o custo para os consumidores que pagam na fatura no final do mês, isso é que conta", rematou Artur Trindade.