Rio Tinto desiste das minas de ferro de Moncorvo


O presidente da Câmara de Torre de Moncorvo, Aires Ferreira, afirmou hoje que o concelho transmontano será duplamente penalizado se falhar o investimento nas minas de ferro.


O presidente da Câmara de Torre de Moncorvo, Aires Ferreira, afirmou hoje que o concelho transmontano será duplamente penalizado se falhar o investimento nas minas de ferro.

O autarca socialista lembrou, em declarações à Lusa, que a possibilidade de reativação das minas inviabilizou a instalação de um parque eólico com benefícios garantidos para o concelho, o que significa que, se não avançar a exploração mineira, o município perde dois investimentos.

Aires Ferreira reagiu desta forma à notícia de que a anglo-australiana Rio Tinto desistiu da exploração das minas de ferro de Moncorvo depois de semanas de intensas negociações entre o atual concessionário (MTI) e o Governo.

Fonte próxima das negociações disse à Lusa que as conversações terminaram na semana passada depois de a Minning Technology Investments (MTI), que detém os direitos de concessão das minas de Moncorvo até 2070, "não ter conseguido provar junto da Rio Tinto que o projeto era viável e rentável".

Em outubro de 2011 foi anunciada a intenção da gigante internacional do setor mineiro de investir mil milhões de euros na região de Moncorvo com a perspetiva de criação de 420 postos de trabalho diretos.

Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara, que se mostrou sempre reticente em relação ao anunciado investimento, reafirmou que nunca foi contactado pela Rio Tinto e que se o Governo e a empresa não comentam o negócio, também ele não vai fazer comentários sobre o anunciado desfecho até confirmação oficial.

Ainda assim, adiantou que "se for verdade, obviamente é mau para Torre de Moncorvo".

"Podíamos ter os dois investimentos, nas minas e no parque eólico e agora nem uma coisa nem outra", declarou, reiterando que ambos "eram compatíveis".

O autarca considerou ainda que "alguém andou a especular", porque "desde outubro que andam nos jornais a dizer que está por dias a assinatura do contrato".

Aires Ferreira classificou ainda como "fuga para a frente" as informações sobre o envolvimento de outras empresas nas negociações com o Governo para a exploração das minas de ferro de Torre de Moncorvo.

"Até aqui foi sempre a Rio Tinto, agora já há outras", concluiu.