Extinção de empresa municipal Leirisport prevê quase um milhão de euros para despedimentos


A extinção da única empresa municipal do concelho de Leiria, que, entre outros equipamentos, gere o estádio, prevê o pagamento de 929.290,33 euros em indemnizações aos 92 funcionários com vínculo à Leirisport. Esse valor está contemplado num projeto de dissolução e liquidação da Leirisport, a que a agência Lusa teve hoje acesso. O presidente da…


A extinção da única empresa municipal do concelho de Leiria, que, entre outros equipamentos, gere o estádio, prevê o pagamento de 929.290,33 euros em indemnizações aos 92 funcionários com vínculo à Leirisport.

Esse valor está contemplado num projeto de dissolução e liquidação da Leirisport, a que a agência Lusa teve hoje acesso.

O presidente da Câmara Municipal de Leiria, Raul Castro, garantiu que a autarquia "está preocupada com a situação de desemprego" com que os trabalhadores da empresa municipal podem vir a ser confrontados.

O autarca assegurou que, "para evitar esse drama", irão ser feitos todos os esforços para integrar o maior número possível de funcionários nas futuras estruturas municipais que ficarão, por exemplo, responsáveis pela gestão de pavilhões, casos das juntas de freguesia.

A polémica à volta da extinção da Leirisport coincidiu esta semana com a renúncia aos pelouros por parte do vereador do desporto, António Martinho, com o qual os eleitos socialistas tinham assegurado a maioria na Câmara, através de um acordo pós-eleitoral.

Hoje, António Martinho, independente eleito nas listas do CDS-PP, admitiu que a forma como foi conduzido o processo da Leirisport, sem acautelar o futuro dos trabalhadores, num momento particularmente difícil para a economia portuguesa, pesou na sua decisão de devolver os pelouros.

A apresentação do projeto para a extinção da empresa chegou a estar agendada para segunda-feira, mas acabou por ser desconvocada à última da hora, após a cisão com o vereador, que era também presidente do conselho de administração da empresa municipal.

Hoje foi mesmo retirada da ordem dos trabalhos, sem ser discutida pelo executivo.

Raul Castro admitiu que a forma como vai ser apresentada a extinção da Leirisport está a ser reavaliada, agora que perdeu a maioria na autarquia e necessita de garantir pelo menos o voto de um dos vereadores da oposição para aprovar a liquidação da empresa municipal.

O ex-vereador do Desporto e ex-presidente da Leirisport sublinhou, por seu lado, em conferência de imprensa, que não votará favoravelmente a liquidação tal como está definido o modelo de extinção.

"Há uma clara ausência de sensibilidade para um conjunto de problemas de caráter social, que só por si permite agendar uma proposta de atirar para o flagelo do desemprego cerca de 90 trabalhadores de uma empresa, fosse ela qual fosse", sustentou António Martinho.