O Banco de Portugal detetou riscos elevados que podem afetar pela negativa a economia portuguesa e colocá-la novamente em recessão em 2013, como um desempenho pior que o esperado das exportações e menores despesas das famílias e investimento.
Com a manutenção da projeção da ausência de crescimento real da economia portuguesa em 2013, incluída no Boletim Económico de Verão hoje divulgado, a instituição liderada por Carlos Costa fez ainda uma análise aos riscos que se colocam nas suas estimativas.
A conclusão é que os riscos aos seus cálculos são na sua grande maioria pela negativa e têm uma probabilidade superior a 50 por cento de se concretizarem.
Entre eles está, a nível interno, uma probabilidade de 55 por cento das despesas de consumo das famílias e de investimento serem menores que o esperado em 2012 e 2013 e assim pressionarem o Produto Interno Bruto destes dois anos, mas também da grande âncora da melhoria nas projeções para 2012 e de manutenção de um cenário onde a recessão ainda não é prevista para 2013, as exportações, ficarem aquém do esperado.
Neste caso, a probabilidade dos números não serem tão positivos em 2012 também é de 55 por cento, mas em 2013 aumenta para 65 por cento.
O Banco de Portugal baseia parcialmente a melhoria nas projeções com um crescimento maior que o esperado no anterior boletim das exportações apesar de uma procura externa dirigida à economia portuguesa mais baixa. Isto deve-se a ganhos de quota de mercado de exportações esperados pelo Banco de Portugal na ordem dos 3,7 por cento este ano e 1,7 por cento no próximo ano.
Mas estas projeções também comportam riscos e o banco alerta que “no caso de não se confirmar o ganho de quota de mercado em 2013 (de 1,7 pontos percentuais), o impacto estimado no crescimento do PIB ascenderia a -0,3 pontos percentuais nesse ano”, empurrando a economia para a recessão.