Os empresários e investidores estrangeiros continuam a acreditar no potencial de Portugal, apesar de a conjuntura económica ter colocado o país em recessão neste e talvez no próximo ano, e retraído o consumo interno.
À margem do debate "Desafios à internacionalização da Economia", que decorreu hoje no Porto com as principais câmaras de comércio a operar em Portugal, a cônsul geral de França no Porto assinalou que "os franceses continuam a investir e a acreditar no potencial português", já que a crise "não é só em Portugal, é a crise da zona euro".
"Todo o mundo sabe que esses países [em dificuldades económicas e debaixo de ajuda externa] têm de modificar os comportamentos económicos. Não tem que haver afastamento, pelo contrário, temos que mostrar solidariedade e mostrar que os nossos intercâmbios podem ser rentáveis ao nível mundial", sublinhou Aude de Amorim.
Também Gonçalo Carrington, vice-presidente da ANJE, defendeu que a conjuntura económica não tem denegrido a imagem de Portugal no estrangeiro, nomeadamente nos países de língua portuguesa em África que ali veem uma "oportunidade de negócios" e um "ponto de entrada para a Europa".
Por outro lado, a própria associação "está já a pensar no futuro" e a "tentar ajudar" os seus associados a "lançar novos projetos e a pensar Portugal como um país que tem potencial e que pode fazer algo pela Europa e pelo mundo".
"As pessoas falam muito do Brasil, de Angola. Nós acreditamos que não é por aí. É também Cabo Verde, Moçambique. São países que têm muito para fazer, principalmente para as PME's em Portugal", disse.
Pedro Reis, da AICEP, salientou por seu turno que "esforço que Portugal está a fazer, de reformas estruturais e do programa de assistência financeira, é visto como muito corajoso e como muito eficaz na recuperação da competitividade das empresas portuguesas".
"Não tenho dúvidas que a imagem de Portugal e da nossa economia está muito melhor, a imagem da consolidação financeira, do esforço que se está a fazer a nível de finanças públicas é reconhecido e portanto neste momento não temos um handicap, isolaram-nos de outros casos a nível europeu e percebem que há aqui uma economia dinâmica virada para fora", frisou.