Coelho protesta em frente ao Palácio de Belém mas acaba por não ser recebido por Cavaco Silva


O presidente do PTP-M, José Manuel Coelho, manifestou-se hoje em frente ao Palácio de Belém, Lisboa, exigindo uma audiência com Cavaco Silva para enumerar os "atropelos democráticos" na Madeira, que culminaram na sua expulsão da assembleia regional. Juntamente com mais dois deputados do PTP, José Luís Rocha e Raquel Coelho, José Manuel Coelho mostrou esta…


O presidente do PTP-M, José Manuel Coelho, manifestou-se hoje em frente ao Palácio de Belém, Lisboa, exigindo uma audiência com Cavaco Silva para enumerar os "atropelos democráticos" na Madeira, que culminaram na sua expulsão da assembleia regional.

Juntamente com mais dois deputados do PTP, José Luís Rocha e Raquel Coelho, José Manuel Coelho mostrou esta tarde as fotografias que mostram a forma como foi violentamente expulso por uma equipa da Brigada de Intervenção Rápida (BIR) da Polícia de Segurança Pública (PSP) e, envergando um megafone, afirmou: "Estamos aqui numa manifestação de protesto pelos atropelos democráticos na Madeira".

Para o líder trabalhista, o presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, é "fascista" e "não respeita os deputados" da assembleia regional, recordando a sua expulsão, juntamente com o deputado José Luís Rocha, da sessão solene do dia da região no início do mês, depois de pedir a palavra.

"Foi esse o meu crime. Não podemos permitir esta ofensa grave dos direitos dos deputados, como a impunidade. Fomos eleitos democraticamente. Na Madeira quase 11.000 pessoas votaram em nós", afirmou.

Perante o olhar atento de alguns turistas curiosos e apoiantes, que paravam para o cumprimentar e demonstrar apoio, José Manuel Coelho criticou o "silêncio" do Presidente da República, que não o recebeu. Apenas o comandante da esquadra do Palácio de Belém se disponibilizou para receber uma carta escrita pelos deputados trabalhistas da Madeira.

"Está tudo com medo dos fascistas e não vamos ser recebidos. O senhor presidente está institucionalizado pelo fascismo da Madeira. Tem medo de Alberto João Jardim e é cúmplice dos atentados à democracia. Porque é que não recebe os deputados? O que é que faz? É apenas corpo presente e serve interesses fascistas", gritou o deputado madeirense pelo megafone, do lado oposto à entrada do Palácio de Belém.

José Manuel Coelho disparou também contra o ministro da Administração Interna: "Já devia ter aberto um inquérito para compreender a atuação da PSP. É um cobarde", criticou.

O líder do PTP-M disse que "se a expulsão de um deputado pela força tivesse acontecido na Assembleia da República teria sido um escândalo nacional". Como foi na Madeira, apontou, "toda a gente fecha os olhos e o Presidente da República não diz uma palavra".

Questionado pela Agência Lusa, o trabalhista confessou que "ainda tinha esperança" de ser recebido esta tarde por Cavaco Silva "ou por alguém do gabinete", de quem esperava "outra atitude".

Os deputados do PTP-M ficam em Lisboa durante dois dias e para quarta-feira (às 15:00) têm já previsto um protesto em frente à Procuradoria-Geral da República, também para contestar a forma como foram expulsos da assembleia regional na sessão solene do dia da região.