BPN. Trabalhadores da Parvalorem avaliam processar gestores do banco nacionalizado


A Comissão de Trabalhadores da Parvalorem, um dos veículos criados pelo Estado para gerir créditos e ativos do BPN, disse hoje no parlamento que está a avaliar processar judicialmente os gestores que estiveram à frente do banco durante a nacionalização. "O que sucedeu após a nacionalização está à vista de todos e há que apurar…


A Comissão de Trabalhadores da Parvalorem, um dos veículos criados pelo Estado para gerir créditos e ativos do BPN, disse hoje no parlamento que está a avaliar processar judicialmente os gestores que estiveram à frente do banco durante a nacionalização.

"O que sucedeu após a nacionalização está à vista de todos e há que apurar responsabilidades. Não nos compete a nós dizer que foi a tutela ou a administração [do BPN nacionalizado] os responsáveis por isto. Mas, uma coisa é certa, há responsáveis e os trabalhadores não foram", disse hoje Sérgio Sousa, da Comissão de trabalhadores da Parvalorem, perante os deputados da comissão parlamentar de inquérito ao BPN.

A Parvalorem é uma das sociedades veículo criadas pelo Estado no âmbito da nacionalização do banco e detém cinco mil milhões de euros em créditos e ativos do BPN.

A audição da estrutura representativa dos 380 trabalhadores da Parvalorem estava prevista para começar pelas 14:00, mas iniciou-se pelas 16:00, após mais de seis horas da audição com o ex-secretário de Estado do Tesouro e das Finanças Costa Pina.

Logo na intervenção inicial, o representante dos trabalhadores da Parvalorem anunciou que estes estão a "equacionar a responsabilização dos gestores públicos e, consequentemente, do Estado, por atos e omissões, culposos e negligentes" referentes ao período que se seguir à nacionalização do banco, em novembro de 2008.

Para os trabalhadores desta sociedade do Estado, a "gestão do banco não foi bem sucedida" após a nacionalização, o que se refletiu quer na "fuga de depósitos", quer na perda do valor da marca BPN.

"Apesar de nos primeiros dias após a nacionalização os trabalhadores do banco terem recebido uma comunicação do novo presidente do BPN, Francisco Bandeira, incentivando-os, nos meses e anos seguintes nada foi dito", afirmou Sérgio Sousa.

A Comissão de Trabalhadores da Parvalorem fez ainda questão de, na intervenção inicial, deixar palavras elogiosas a Rui Pedras, um dos administradores da Parvalorem, pela "genuína preocupação com o futuro da empresa e dos trabalhadores".