A inexistência de uma autoridade de supervisão bancária responsável pela vigilância do setor na zona euro é uma das fragilidades da região, considerou hoje em Lisboa um membro do BCE, Peter Praet, sublinhando que este é um projeto ambicioso.
"Esse é um dos grandes sinais que tivemos da [última] Cimeira Europeia", assinalou Peter Praet, membro do comité executivo do Banco Central Europeu (BCE), considerando que "é um projeto muito ambicioso, como tinha que ser".
Isto porque, na sua opinião, "uma grande fraqueza da zona euro é não ter um supervisor único".
A criação de uma autoridade de supervisão bancária de escala europeia é um processo que "vai demorar o seu tempo", frisou, considerando que a prioridade é resolver os problemas de curto prazo no setor.
"O que temos que ver é como é que podemos melhorar a situação no curto prazo", salientou o responsável à margem de uma conferência que hoje decorreu em Lisboa.
"Estamos no início desse processo [criação de uma autoridade bancária europeia] e toda a gente está a trabalhar nele. Nós estamos a dar os nossos 'inputs' [contributos] à Comissão Europeia, que é quem está a liderar o processo. Por isso, os trabalhos estão em progresso, mas seria prematuro revelar os detalhes", concluiu Peter Praet.
No final de junho, uma das propostas que foi discutida na cimeira de líderes europeus, em Bruxelas, foi que as entidades financeiras de toda a União Europeia (UE) – e não apenas as da zona euro – fiquem sujeitas a um sistema único de supervisão, que poderá envolver o BCE e a EBA (Autoridade Bancária Europeia).