Líderes sindicalistas de países da Comunidade de Países da Língua Portuguesa defenderam hoje a colaboração entre os sindicatos para enfrentar os desafios da crise económica, num seminário internacional da Central Única de Trabalhadores do Brasil, em São Paulo.
O evento organizado pela Central Única de Trabalhadores (CUT) contou com representantes sindicais de Portugal, Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Guiné-Bissau, que debateram "Os desafios dos trabalhadores e trabalhadoras no enfrentamento da crise".
"Este é um momento de discussão e da discussão nasce a luz. Precisamos de uma luz para sair desta situação de crise, que afeta principalmente os trabalhadores", disse à agência Lusa Catarina Tavares, membro do secretariado executivo da União Geral dos Trabalhadores (UGT) de Portugal, durante o evento.
João Manuel Vaz, presidente da Confederação Cabo-Verdiana de Sindicatos Livres (CSSL), e Raul Sengo, representante da Confederação de Trabalhadores de Moçambique (OTM-CS), afirmaram que a "solidariedade internacional" pode ajudar a defender os direitos dos trabalhadores e a enfrentar desafios como o desemprego e a economia informal, muito presentes em África.
Já os demais representantes realçaram que vão inspirar-se em experiências do sindicato brasileiro e de outros presentes na conferência.
João Tavares, secretário-geral da Organização Nacional dos Trabalhadores de São Tomé e Príncipe (ONTSTP-CS), defendeu o apoio aos trabalhadores informais e disse que a sua organização pretende adaptar essa prática à realidade do seu país.
Estevão Gomes, secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG-CS), afirmou que esta central vai basear-se em experiências como a organização do quadro sindical e da promoção da igualdade entre homens e mulheres.
Representantes de Angola, Adriano dos Santos, presidente do Conselho Fiscal da União Nacional dos Trabalhadores de Angola (UNTA-CS), e António Eduardo, secretário-executivo adjunto da Central Geral de Sindicatos e Livres de Angola (CGSILA), disseram buscar na conferência formas de fortalecer o sindicalismo em épocas de crise e de investir na formação dos quadros sindicais.
Sobre as eleições no país, que ocorrem em 31 de agosto, os líderes sindicais angolanos afirmaram que os sindicatos ainda vão decidir que posição adotar.