O PCP desafia o primeiro-ministro a renegociar as parcerias-público privadas e a acabar com “a transferência” de "milhões de euros" para grupos privados da saúde, garantindo estas medidas equivalem a metade do valor dos subsídios suspensos.
“Fazemos-lhe uma sugestão [a Passos Coelho]. Acabe com as PPP e só este ano poupa mais de 300 milhões, e acabe com a transferência de 600 milhões de euros da ADSE para os grupos privados e vai ver que poupará quase metade do equivalente ao roubo dos dois subsídios”, afirmou hoje o dirigente comunista Jorge Pires, em declarações à agência Lusa.
O primeiro-ministro desafiou, no sábado, os partidos da oposição a dizerem quanto é que querem que se corte na saúde e na educação para substituir a poupança gerada pela suspensão de subsídios de férias e Natal na Administração Pública e a reformados.
Passos Coelho fez estas declarações depois de, dias antes, o Tribunal Constitucional ter considerado inconstitucional os cortes dos 13.º e 14.º meses no setor público.
O PCP lamenta estas declarações de Passos Coelho por considerar que o primeiro-ministro sabe “que desde o início do ano centenas de milhares de portugueses” deixaram de “recorrer aos cuidados de saúde, precisamente porque o seu Governo, ao aumentar brutalmente as taxas moderadoras, ao retirar apoios ao transporte de doentes não urgentes, ao encerrar serviços e valências hospitalares e ao racionar a utilização dos meios fundamentais ao tratamento dos doentes, está a condenar à morte antecipada muitos portugueses”.
“Por muito que lhe custe ouvir, é exatamente esta a questão que resulta das políticas do seu Governo”, sublinhou Jorge Pires, da Comissão Política do PCP.