Investidores penalizam dívida espanhola, com a taxa a 10 anos acima de 7%


Os investidores continuam hoje a penalizar a dívida espanhola com os juros a 10 anos a negociar próximo dos 7,1 por cento e o risco da dívida a atingir os 576 pontos base. Receios sobre a situação da economia – incluindo a dificuldade de Espanha cumprir as metas de défice – e incerteza sobre as…


Os investidores continuam hoje a penalizar a dívida espanhola com os juros a 10 anos a negociar próximo dos 7,1 por cento e o risco da dívida a atingir os 576 pontos base.

Receios sobre a situação da economia – incluindo a dificuldade de Espanha cumprir as metas de défice – e incerteza sobre as condições do resgate de 100 mil milhões de euros da banca espanhola estão a fazer aumentar a pressão.

O diferencial entre os títulos espanhóis e alemães a 10 anos abriu hoje a crescer, depois de na sexta-feira já ter fechado acima dos 500 pontos base e, a meio da manhã, tinha já alcançado os 576 pontos.

Os investidores antecipam que da reunião de hoje dos ministros de Economia da zona euro possam não sair decisões definitivas, nem no que toca ao memorando para a ajuda à banca espanhola nem no que se refere às políticas do Governo espanhol.

Fontes do executivo explicaram que o ministro da Economia espanhola, Luis de Guindos, deverá detalhar no encontro algumas das medidas que o Executivo espera anunciar nos próximos dias para combater o défice.

Espanha espera, com essas novas medidas, conseguir suficiente apoio europeu para que o prazo para o cumprimento da meta de défice de 3 por cento seja alargado mais um ano.

Entre as várias medidas referidas nos últimos dias contam-se um aumento do IVA, reduções de salários na função pública e a eliminação das deduções fiscais por compra de casa.

Parte das medidas poderão ser anunciadas pelo presidente do Governo, Mariano Rajoy, já na sua intervenção no plenário de Congresso de Deputados, na quarta-feira, onde deverá dar conta dos resultados do último Conselho Europeu.

No que toca ao empréstimo à banca espanhola continuam a decorrer negociações com Bruxelas, perante oposição de vários países de que os 100 mil milhões de euros sejam canalizados diretamente para os bancos (sem passar pelo Estado).

Em cima da mesa estão também questões como possíveis exigências adicionais à banca espanhola – como um aumento do core capital para 9 por cento.

As negociações e o memorando sobre o empréstimo poderão, no entanto, estar concluídas apenas numa eventual numa reunião do eurogrupo, previsivelmente marcada para 20 de julho.