O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, defendeu hoje que seria um erro dar mais tempo a Portugal para cumprir o seu programa de ajustamento, pois os mercados penalizariam o que seria considerado “um retrocesso”.
Mário Draghi, que respondia, na comissão de Assuntos Económicos do Parlamento Europeu, a uma questão colocada pela eurodeputada socialista Elisa Ferreira, sobre a possibilidade de ser dado mais tempo a Portugal, defendeu a necessidade de serem respeitados os prazos acordados, e disse que a Irlanda é um bom exemplo de que se deve “perseverar”, pois tal permitiu-lhe regressar aos mercados na semana passada.
Segundo o presidente do BCE, “é evidente que há tensões sociais e uma situação económica muito difícil em Portugal e noutros países”, mas “a consolidação orçamental e as reformas estruturais são inevitáveis para restaurar a competitividade”, e não há alternativa, pois seria errado “voltar atrás e folgar o programa”.
“Como acha que os mercados reagiriam ao que seria considerado um retrocesso? O meu sentimento é que devemos perseverar, e a Irlanda mostrou que vale a pena perseverar, pois conseguiu regressar aos mercados na semana passada”, apontou.
Além disse, defendeu, seria um erro alterar os termos do programa precisamente quando se “começam a ver os primeiros sinais de progressos” nos países sob programa, em particular Irlanda e Portugal.