BCE. “O sistema bancário português está sob uma pressão severa”


No dia em que se soube que o financiamento dos bancos portugueses junto do BCE atingiu novos máximos, Peter Praet, responsável do BCE, admitiu que a banca está sob pressão, mas realçou que o ajustamento está em curso. "O sistema bancário em Portugal está sob uma pressão severa e o Banco Central Europeu (BCE) está…


No dia em que se soube que o financiamento dos bancos portugueses junto do BCE atingiu novos máximos, Peter Praet, responsável do BCE, admitiu que a banca está sob pressão, mas realçou que o ajustamento está em curso.

"O sistema bancário em Portugal está sob uma pressão severa e o Banco Central Europeu (BCE) está a fornecer liquidez aos bancos, que por seu turno, se estão a ajustar à situação", afirmou aos jornalistas Peter Praet, membro do comité executivo do Banco Central Europeu (BCE), à margem de um evento em Lisboa.

"É uma situação difícil e o setor bancário está a ajustar-se", reforçou o responsável, que se deslocou à capital portuguesa para participar na conferência "Tendências e desenvolvimento de reforma da regulamentação financeira na União Europeia (UE) e nos Estados Unidos da América (EUA)", promovida pela Faculdade de Direito de Lisboa, em parceria científica com o Banco de Portugal e o Instituto de Seguros de Portugal.

Os bancos portugueses já devem mais de 60 mil milhões de euros ao Banco Central Europeu, de acordo com os dados divulgados hoje pelo Banco de Portugal, voltando a marcar um novo máximo histórico.

Os bancos residentes em Portugal deviam no final de junho 60.502 milhões de euros ao BCE, batendo o máximo histórico de há dois meses.

Em março, os bancos portugueses já tinham testado um novo máximo histórico e batido pela primeira vez os 50 mil milhões de euros, atingindo os 56 mil milhões de euros, e em maio este valor atingiu os 58.704 milhões de euros.

Este aumento deve-se, em especial, ao acesso dos bancos portugueses às operações de refinanciamento com prazo alargado, sendo que foi precisamente no mês de março que o BCE realizou um segundo leilão para fornecer empréstimos aos bancos europeus com uma maturidade a três anos, onde acabou por ceder 529,5 mil milhões de euros.

Ainda assim, o valor desceu em menos de mil milhões para os 55.427 milhões de euros em abril, subindo depois para 58.704 milhões de euros, e em seguida para 60.502 milhões de euros.