Itália avança com novos cortes para poupar 26 mil milhões e evitar subida do IVA


 


 

O Governo italiano aprovou esta noite novos cortes na Saúde e Educação e redução de pessoal da função pública para poupar 26 mil milhões de euros nos próximos três anos e evitar a subida do IVA em outubro até 23 por cento.

De acordo com o comunicado divulgado pelo Executivo italiano, prevê-se ainda uma redução para metade do número atual de províncias, que é de 110, através de fusões e uniões.

O Governo de Roma aprovou este pacote de medidas em forma de decreto-lei durante um Conselho de Ministros, que começou cerca das 18:00 locais e se prolongou por sete horas.

Em conferência de imprensa após a reunião, o primeiro-ministro italiano, Mario Monti, explicou que a poupança prevista com estas medidas será de 4,5 mil milhões de euros para o segundo semestre do ano e de 10,5 mil milhões de euros para 2013 e de 11 mil milhões de euros para 2014.

Monti salientou que com estas poupanças será possível evitar o aumento do IVA previsto para outubro, assim como durante o primeiro semestre de 2013, sendo que um eventual aumento ficou adiado para julho do próximo ano.

Este pacote de medidas, que vai ainda a votos no Parlamento, prevê também um corte de 20 por cento nos cargos de chefia da Administração Pública, de 10 por cento nos restantes níveis e de, pelo menos, 10 por cento do pessoal das Forças Armadas.

Por outro lado, os gastos com carros oficiais vão sofrer cortes até 50 por cento face aos valores de 2011, estando também previstas reduções nos custos relacionados com a compra de bens e serviços no setor da Saúde.

Os sindicatos consideram que este novo pacote de medidas do “spending review” (revisão de gastos) prevê apenas “cortes horizontais”, tendo alertado para a possibilidade de convocarem uma greve geral.

Em junho, o Governo italiano aprovou outros dois pacotes de medidas para “reduzir o peso do Estado e promover o desenvolvimento” que passavam pela venda de parte das ações e património imobiliário estatal, assim como reduções no pessoal do Ministério da Economia e da Presidência.

Itália registou no primeiro trimestre do ano um défice público de oito por cento do seu Produto Interno Bruto (PIB).