Nem o Vaticano escapou ao défice em 2011


A cidade-Estado do Vaticano registou um défice orçamental de 14,9 milhões de euros em 2011, após um excedente em 2010, sofrendo no ano passado com a crise da dívida soberana na zona euro, anunciou hoje a Santa Sé. “Os resultados foram afetados pelas tendências negativas nos mercados financeiros globais, que tornaram impossíveis os objetivos definidos…


A cidade-Estado do Vaticano registou um défice orçamental de 14,9 milhões de euros em 2011, após um excedente em 2010, sofrendo no ano passado com a crise da dívida soberana na zona euro, anunciou hoje a Santa Sé.

“Os resultados foram afetados pelas tendências negativas nos mercados financeiros globais, que tornaram impossíveis os objetivos definidos no orçamento”, disse a Santa Sé, em comunicado.

Do lado da despesa, a Santa Sé justificou o défice com os elevados gastos em funcionários e com o investimento feito na imprensa, e nem mesmo uma transferência de 50 milhões de euros do Banco do Vaticano para o papa conseguiu equilibrar as contas.

Segundo o comunicado, o orçamento do Vaticano foi aprovado esta semana pelo Conselho dos Cardeais para o Estudo dos Problemas Organizacionais e Económicos da Santa Sé.

“As despesas mais significativas foram as relativas ao pessoal e à imprensa e meios de comunicação, de formas geral”, refere o comunicado, que explica como é que as contas do Vaticano voltaram a ser deficitárias, depois de um 2010 com resultados positivos.

Em 2010 o Vaticano fechou o ano com resultados positivos de 9,85 milhões de euros depois de um défice de 4,01 milhões em 2009, de 0,9 milhões de euros em 2008 e de 9,1 milhões em 2007.

Os cardeais defenderam, para 2012, “prudência e limitação de custos, apesar da manutenção dos postos de trabalho”.

No ano passado, diz o comunicado, as doações dos fiéis nas igrejas aumentaram, de 67,7 milhões de dólares (53,8 milhões de euros) para 69,7 milhões de dólares, tendo o Banco do Vaticano dado ao papa Bento XVI um total de 49 milhões de euros “para apoiar o ministério apostólico e de caridade”.

A administração da cidade-Estado do Vaticano teve, no entanto, um resultado positivo de cerca de 21 milhões de euros, graças, sobretudo, à receita de bilheteiras dos museus do país, o mais pequeno do mundo, com uma área de cerca de 44 hectares, semelhante a 44 campos de futebol.

Na lista de ativos, o Vaticano detém pelo menos 100 mil propriedades imobiliárias, no valor de nove mil milhões de euros.