A chanceler alemã, Angela Merkel, rebateu hoje críticas de 172 economistas que afirmaram, num manifesto, que as decisões da última cimeira europeia vão no sentido mutualização das dívidas na zona euro.
“Não se trata de forma nenhuma de assumir responsabilidades comuns, e por isso todos devem olhar bem para essas decisões e só depois dizer o que de facto lá está", disse a chefe do governo alemão, hoje, em Berlim.
A chanceler garantiu que que respeita ao refinanciamento da banca europeia, um dos pontos mais criticados pelos economistas do seu país que subscreveram o manifesto, “continua a ser proibido assumir dívidas em conjunto, e por isso as decisões de Bruxelas não vieram mudar a situação atual".
O ministro da economia, Philipp Roesler, defendeu igualmente as resoluções do último Conselho Europeu contra as críticas dos patrocinadores do manifesto, entre os quais avulta o diretor do Instituto de Economia de Munique, Hans-Werner Sinn, um adversário declarado das ajudas europeias.
“Ao criticar a união bancária, os economistas estão a criticar algo que ainda não existe", disse o vice-chanceler e presidente dos Liberais à edição eletrónica do jornal Frankfurter Allgemeine.
“Primeiro tem de ser criada uma supervisão europeia dos bancos, e depois têm de pensar na possibilidade de reestruturar bancos em má situação financeira, e só depois o Mecanismo de Estabilidade Europeu (MEE) poderá recapitalizar bancos diretamente", lembrou Roesler.
O ministro admitiu, simultaneamente, que apesar disso a Espanha irá receber verbas do MEE para refinanciar em breve a sua banca, rejeitando, no entanto, que haja uma união de bancos com responsabilidades conjuntas.
No seu manifesto, dirigido à chanceler Angela Merkel e à população, os 172 economistas alemães afirmam que as recentes decisões tomadas em Bruxelas “não são para salvar o euro, mas sim para salvar os credores dos bancos em crise", o que consideram a solução errada.
“Os bancos têm de poder ir à falência", proclamam os subscritores do documento.