Ferrer ou Murray. Um deles será o infiltrado nas meias-finais


Há um antes e um depois no torneio de Wimbledon, tal como há um antes e um depois dos produtos das televendas ou dos programas de mudanças de visual. No All England Club há um antes e um depois da era Open (1968) e da abertura do torneio a profissionais, anteriormente exclusivo para amadores. Até…


Há um antes e um depois no torneio de Wimbledon, tal como há um antes e um depois dos produtos das televendas ou dos programas de mudanças de visual. No All England Club há um antes e um depois da era Open (1968) e da abertura do torneio a profissionais, anteriormente exclusivo para amadores. Até 1922 o campeão em título tinha apenas de jogar na final, estando dispensado de todas as outras partidas. Foram belos tempos para os britânicos, que tiveram 35 campeões masculinos e ganharam o título de país com mais troféus masculinos em Wimbledon até hoje. Mas a era Open chegou e desde então mais nenhum britânico venceu o torneio. O último título inglês foi em 1936, com Fred Perry.

Na lista de campeões no All England Club, uns países sobressaem mais que outros. Os EUA, com 33 títulos, ou a Austrália, com 21, destacam-se. E a Espanha? Não é propriamente dona dos relvados ingleses. Apenas três vitórias no torneio, duas delas de Rafael Nadal. O recorde não é famoso para os espanhóis, e, se excluirmos Nadal, o último título em Wimbledon foi apenas em 1966, com Manuel Santana.

A questão é simples: a era Open não tem sido famosa nem para o Reino Unido nem para Espanha (Nadal entra na lista de tenistas do outro mundo). Mas o ano de 2012 pode ser o da mudança, já que as meias-finais terão seguramente um tenista de uma destas duas nacionalidades. David Ferrer ou Andy Murray, um deles seguirá em frente e poderá dar o título tão esperado. O primeiro venceu Del Potro, da Argentina, país que não tem nenhum título do torneio, seja no antes seja no depois da era Open. Já Murray derrotou Marin Cilic, originário da Croácia, país que possui um único título masculino em Wimbledon (foi em 2001, com Goran Ivanisevic).

A chuva atrapalhou, como tem sido habitual, atrasando a partida de Ferrer e Del Potro durante 40 minutos. Talvez por isso David Ferrer tenha resolvido despachar o argentino em menos de duas horas, vencendo com os parciais de 6-3, 6-2 e 6-3. O encontro entre Murray e Cilic já tinha começado na segunda-feira, mas a chuva obrigou a que só ficasse resolvido ontem. Cilic, 16.o do quadro e protagonista no início da semana da segunda maior partida de Wimbledon (cinco horas e meia contra o norte-americano Sam Querrey), ainda conseguiu quatro break points no sexto jogo, mas de pouco lhe valeu. Foi derrotado por 7-5, 6-2 e 6-3 no total.

Apenas um lugar separa Murray e Ferrer no ranking (são quarto e quinto, respectivamente). Das dez partidas que disputaram, cada um ganhou cinco. Murray venceu no Open da Austrália de 2011, mas Ferrer ganhou em Roland Garros esta época. Agora encontram-se nos quartos-de-final (o melhor resultado de Ferrer no torneio até à data). Ganhe quem ganhar, o vencedor deste encontro fica a duas vitórias do título. Se o conseguir alcançar, Wimbledon terá um vencedor pouco tradicional.