A comissão de inquérito ao BPN tem hoje mais um dia de audições, desta vez com o responsável da extinta Comissão de Acompanhamento das Reprivatizações e com dois diretores do BPN após a nacionalização.
Logo pela manhã, às 9h30, é ouvido Pinto Furtado, presidente da extinta Comissão de Acompanhamento das Reprivatizações.
Este responsável já foi ouvido no Parlamento em março, precisamente sobre o BPN, a pedido do Bloco de Esquerda, que questionava a falta de parecer da Comissão, obrigatório por lei, no processo de venda do BPN ao banco BIC.
Segundo disse então Pinto Furtado, "não foi cometida a mínima ilegalidade" na privatização do BPN, já que o atual Governo usou um parecer da comissão feito para o Executivo socialista.
Na parte da tarde, é a vez de serem ouvidos José Miguel Coelho Antunes, diretor da Rede de Agências do BPN após a nacionalização, e Gabriel Rothes, diretor do Contencioso do BPN também após a nacionalização.
A segunda comissão de inquérito ao BPN foi decidida em meados de março, por consenso entre as iniciativas do PS, com a concordância do PCP, do Bloco de Esquerda, dos Verdes (PEV), e da maioria PSD/CDS-PP, num processo que obrigou à intervenção da presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves.
Os deputados pretendem, com esta comissão, investigar a nacionalização do banco em 2008 e o processo que se seguiu de alienação do banco, desde as tentativas falhadas em 2010 até à concretização da venda ao angolano BIC já este ano, por 40 milhões de euros, incluindo saber se o contrato de venda da instituição "acautela o interesse público".
Os deputados tentam ainda perceber as razões que levaram o Governo a não optar pela integração do BPN na Caixa Geral de Depósitos (CGD) ou mesmo pela sua liquidação. Os recursos públicos gastos com todo este caso é um dos temas que mais centra as atenções.
O BPN foi nacionalizado em novembro de 2008, por proposta do segundo Governo de José Sócrates, após serem conhecidas diversas irregularidades financeiras. Ao longo dos últimos quatro anos, além do impacto nas contas nacionais, o BPN tornou-se um processo político e judicial.