Jardim Ramos. Portugal tem que se assumir mais como um Estado atlântico


O secretário dos Assuntos Sociais da Madeira, Francisco Jardim Ramos, afirmou no domingo em Caracas, Venezuela, que Portugal tem que se assumir mais como um Estado atlântico para contrabalançar o poder europeu. "Portugal não é um Estado unitário como ainda diz a nossa Constituição, porque é constituído por três territórios bem distintos, o do continente,…


O secretário dos Assuntos Sociais da Madeira, Francisco Jardim Ramos, afirmou no domingo em Caracas, Venezuela, que Portugal tem que se assumir mais como um Estado atlântico para contrabalançar o poder europeu.

"Portugal não é um Estado unitário como ainda diz a nossa Constituição, porque é constituído por três territórios bem distintos, o do continente, o dos Açores e o da Região Autónoma da Madeira, que ao contrário do que pensam alguns constitucionalistas dá grandeza a Portugal", disse.

Francisco Jardim Ramos falava num almoço de confraternização, no Centro Português de Caracas, para assinalar o Dia da Madeira.

"Dá-lhe também poder de negociação e uma grande zona económica exclusiva marítima, entre a Europa e a América, entre a Europa e a África", frisou.

O responsável explicou que "este é um grande trunfo e por isso Portugal tem que se assumir mais como um Estado atlântico, um país virado para o Atlântico porque é aí que pode ter três trunfos para jogar o seu poder de contrabalançar o poder da Europa do norte e de leste".

"Portugal não seria Portugal se não tivesse a importância da zona que amplia o seu espaço marítimo e aéreo com as ilhas da Madeira e dos Açores", disse.

Sobre a situação económica da Madeira, Francisco Jardim Ramos explicou que "valeu a pena fazer dívida" porque teve como propósito melhorar a qualidade de vida dos madeirenses.

"É verdade que fizemos dívida, mas fizemos para fazer obras, porque estava em causa promover o desenvolvimento da nossa região e dar qualidade de vida, dignidade de vida, a muitos dos nossos concidadãos que viviam em condições complicadas", sublinhou.

Por outro lado explicou que está a ser feito "um esforço sério e responsável para cumprir os compromissos assumidos com instituições internacionais e com o Estado português", mas alertou que os mesmos não podem por em causa a autonomia regional.

"Que fique claro que essa conjuntura económica e financeira não pode contudo servir de desculpa para beliscar a autonomia e os nossos valores e princípios. Jamais os planos de ajustamento económico e financeiro poderão interromper o que os madeirenses conquistaram por direito próprio, o seu estatuto autonómico", disse.