Deputados socialistas de visita a Castelo Branco acusaram hoje o Governo de "irresponsabilidade e incompetência" por ter atrasado o lançamento do concurso que iria minimizar os 400 despedimentos no centro de atendimento Via Segurança Social, na cidade.
Os deputados Miguel Laranjeiro, Idália Serrão e Hortense Martins, eleita pelo círculo eleitoral albicastrense, reuniram-se com representantes do centro de emprego local, do município e do Via Segurança Social, que ali deixou de operar temporariamente na sexta-feira.
O contrato entre o Instituto de Segurança Social (ISS) e a empresa de recursos humanos RH Mais, para gestão do centro, terminou no sábado, dia 30 de junho, e a nova concessão só deve arrancar em novembro, dado que o concurso público internacional ainda decorre.
Segundo os deputados, o normal seria que o novo contrato começasse no dia seguinte ao final do primeiro, permitindo que houvesse continuidade de postos de trabalho.
Para Miguel Laranjeiro houve "um misto de irresponsabilidade e incompetência, que reflete o estado da nação".
Segundo o deputado, "o Governo sabia bem dos prazos para avançar [com o concurso]", mas "deixou passar" todas as datas limite.
O socialista entende que há "irresponsabilidade" ao colocar cerca de 400 pessoas no desemprego "numa altura em que os números do Eurostat confirmam que há 15,2 por cento de desemprego em Portugal".
Uma situação tanto mais grave por acontecer "num distrito do interior, onde há dificuldades acrescidas de colocação noutros postos de trabalho".
A deputada Hortense Martins classificou o processo como "algo incompreensível, que revela uma certa incompetência por parte do governo" e que "não foi esclarecido" na reunião de hoje de manhã.
A deputada espera que no final do concurso seja criado um total de empregos em Castelo Branco "semelhante" aos 400 que existiam: "não é feito um investimento de 1,5 milhões de euros para ficar reduzido a 30 ou 40 posições", referiu, numa alusão ao dinheiro público aplicado em instalações na cidade.
Por outro lado, o concurso e o protocolo estabelecido entre o anterior governo e o município, para manutenção do serviço por 15 anos, mantêm aquela expetativa de postos de trabalho, entende a deputada, que não admite qualquer cenário de deslocalização.
A socialista questionou ainda a qualidade do serviço, depois do encerramento temporário do centro de atendimento de Castelo Branco.
As reuniões dos deputados do PS estiveram enquadradas na preparação do debate sobre o Estado da Nação, marcado para dia 11 de julho, na Assembleia da República.
No centro de atendimento foram recebidos por António Rapoula, vogal da administração do Instituto da Segurança Social, e por Melo Bernardo, diretor distrital da Segurança Social.
Estes dois responsáveis não prestaram declarações após o encontro.