Metro do Porto. Primeiro-ministro tem de explicar o que se passou, diz Seguro


O secretário-geral do PS disse hoje que não pode ser "qualquer ministro" a explicar "o que se passou" na Metro do Porto, mas sim o primeiro-ministro, considerando a situação "demasiado grave" para que Passos Coelho "fique em silêncio". "Não é qualquer ministro que tem que vir explicar o que se passou com esta situação do…


O secretário-geral do PS disse hoje que não pode ser "qualquer ministro" a explicar "o que se passou" na Metro do Porto, mas sim o primeiro-ministro, considerando a situação "demasiado grave" para que Passos Coelho "fique em silêncio".

"Não é qualquer ministro que tem que vir explicar o que se passou com esta situação do Metro do Porto. É o primeiro-ministro que deve uma explicação aos habitantes da cidade do Porto e de todo o seu distrito", disse António José Seguro no encerramento do XV congresso distrital do PS/Porto, que hoje decorreu no Rivoli.

A assembleia-geral da Metro do Porto, agendada para sexta-feira com o objetivo de eleger os novos órgãos sociais, foi suspensa por 15 dias, devido à ausência do representante do Estado, depois de a Junta Metropolitana do Porto ter aprovado o nome de João Velez de Carvalho, proposto pelo Governo, para a presidência do conselho de administração da empresa, mantendo-se assim Ricardo Fonseca em funções.

"O que se passou é demasiado grave para que o primeiro-ministro fique em silêncio e nós queremos saber toda a verdade e particularmente saber o que preside às nomeações – se são critérios de Estado e de respeito pelas autarquias, ou se são critérios partidários ou sub-partidários, que põem em causa o interesse das populações e da cidade do Porto", criticou o secretário-geral do PS.

Na opinião de Seguro, "um Governo que dispensa a capacidade, o trabalho, a dedicação, a inteligência de um distrito como o Porto é um Governo que não está à altura dos seus tempos nem de compreender a realidade do nosso país".

Durante o congresso, o presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto, considerou vergonhoso o episódio relativo à eleição da administração da Metro do Porto, pedindo a demissão do ministro da Economia, "porque o país não pode mais com a sua incompetência".

Já o líder da Federação do PS/Porto, José Luís Carneiro, exigiu que os ministros da Economia e das Finanças esclareçam o que levou ao incumprimento do compromisso assumido com a Junta Metropolitana do Porto sobre a administração da empresa.

À agência Lusa, a ex-secretária de Estado dos Transportes Ana Paula Vitorino defendeu a substituição do ministro da Economia, não apenas pelo episódio "gravíssimo" da Metro do Porto, mas por tudo o se passou no último ano, no setor.

Entretanto, o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, desdramatizou o adiamento da eleição dos novos corpos sociais da Metro do Porto e considerou que o consenso necessário para a escolha dos nomes será alcançado até à próxima Assembleia Geral.