O presidente do PS/Açores, Carlos César, alertou hoje para “os défices de atração” dos partidos políticos, lamentando que “a nobreza da política" seja “muitas vezes obscurecida pelos que optam pela manipulação mediática e pelos ataques pessoais".
“O PS/Açores orgulha-se do impulso que tem dado no âmbito do Governo e fora dele a estas formas de democracia participativa. Esse envolvimento cívico não se estende com a mesma intensidade a todos os níveis e a participação politica no que concerne à militância nos partidos políticos tem-se revelado menos atrativa”, afirmou Carlos César.
O presidente do PS/Açores falava no encerramento da Convenção “Um novo ciclo para vencer novos desafios, promovida pelos socialistas açorianos.
Carlos César disse que têm contribuído para estes "défices de atração" dos partidos "não só os erros e os egoísmos das organizações partidárias, como também o sensacionalismo medíocre, burlesco e civicamente irresponsável da mediatização que é feita associada à vida politica que fomenta o desprestígio da política, ainda mais do que o desprestígio de certos políticos".
"A nobreza da política é nos dias que correm muitas vezes obscurecida pelos que optam pela manipulação mediática, pela promoção do acessório, pelo artificialismo calculista, pelos ataques pessoais e pela calúnia sob forma organizada, pela arenga artificial e inútil", disse, acrescentando que "muitos cidadãos optam por participar politicamente apenas votando e outros ainda mais desiludidos e descrentes nem isso querem fazer".
Carlos César, que é também presidente do Governo Regional, defendeu que é “um imperativo permanente” que o PS/Açores se continue “a abrir à sociedade” e a renovar, frisando que Vasco Cordeiro, candidato socialista à presidência do Governo Regional nas eleições de outubro, “é bem o representante e líder de uma nova geração”.
"É bom que o PS se deixe apoderar pelas novas gerações e que os mais velhos não os impeçam de vencer. É bom afinal ter um partido nos Açores como o Partido Socialista onde ao contrário de outros o que é importante não é convocar congressos para cada um saber que lugar lhe dá o partido, mas sim reuniões como esta", referiu.
Carlos César disse que “os socialistas açorianos e os milhares de cidadãos sem filiação partidária que têm colaborado com o PS podem e devem estar orgulhosos do trabalho” que o executivo regional desenvolveu e “está a fazer nos Açores”, contrapondo com “a degradação económica e social no continente e a verdadeira hecatombe na Madeira".
Lembrou a boa situação financeira da região, “os resultados positivos claros dos recursos aplicados”, o rendimento das famílias nos Açores, que está “acima da média nacional”, mas disse que "os Açores eram os últimos" à data da sua entrada para a presidência do Governo regional e "à data em que era secretária regional das Finanças a atual líder do PSD regional".
Questionado pelos jornalistas no final da Convenção, sobre o seu futuro politico, Carlos César apenas destacou que o PS é um partido "rejuvenescido".