O candidato do PS/Açores à presidência do Governo Regional anunciou hoje a intenção de reduzir em "pelo menos 25% o número de membros do Governo”, caso vença as próximas eleições, com um governo com um máximo de oito secretarias.
“Estou convicto ser possível e, nas presentes circunstâncias desejável, ter um Governo mais pequeno, mais ágil e mais articulado”, afirmou Vasco Cordeiro, no discurso de encerramento da Convenção “Um novo ciclo para vencer novos desafios”, promovida pelo PS/Açores e que culminou um ano de recolha de contributos da sociedade civil para as bases do programa eleitoral que será apresentado aos açorianos nas eleições regionais de outubro.
Vasco Cordeiro referiu que a redução de, pelo menos, 25% do número de membros do governo significa que, no máximo, o Governo que pretende liderar contará com 8 secretarias, incluindo-se neste número os eventuais subsecretários regionais.
Defendeu ser "igualmente desejável uma redução de cerca de 20% do número de chefias, tomando como referencia o ano de 2010 e uma redução acentuada da presença do Governo no setor empresarial, reduzindo o número de empresas públicas em 50%" relativamente também a 2010.
"Importa ter uma administração pública cada vez mais ágil e empenhada em responder de forma célere", disse, acrescentando que caso vença as eleições previstas para outubro formará "um governo organizado de acordo com três âmbitos de governação estruturantes, como a competitividade e investimento, proteção e solidariedade social e a sustentabilidade dos recursos naturais".
Vasco Cordeiro elencou ainda outras prioridades em áreas como o emprego, economia, a educação, a agricultura, as políticas sociais, o turismo, pescas, obras públicas, empreendedorismo e exploração dos recursos naturais, como o mar, defendendo como "medida de caráter conjuntural a constituição de equipas de gestão especializadas que, sem custos para os empresários, possam disponibilizar-lhes os serviços necessários para a reestruturação e crescimento".
“Nos dias que correm, em que no continente se confunde o equilíbrio das contas do Estado com a sangria dos mais desfavorecidos, com a asfixia da classe média, com a destruição do Estado Social, quando se começa a constatar o fracasso das políticas e das medidas com fervor quase messiânico, é importante que se diga, sem temor, que há uma via açoriana que é diferente e melhor”, sustentou.
O candidato socialista defendeu ainda a conquista de "novos setores e mercados para a sustentabilidade da economia açoriana" e considerou "essencial um Fundo de Capital de Risco, que ao longo da próxima legislatura, deve disponibilizar cerca de 20 milhões de euros" para fomentar o empreendedorismo.
"A sustentabilidade da economia açoriana não está garantida apenas com um mercado interno de 245 mil pessoas; não está garantida apenas com as nossas nove ilhas, mesmo que para disfarçar a queiramos chamar de região económica", referiu.
Vasco Cordeiro referiu-se ainda à questão da alteração das Obrigações de Serviço Público de transporte aéreo entre os Açores e o Continente, e "a consequente diminuição do preço das passagens, para afirmar que o Governo da República não pode continuar a virar as costas na esperança de transferir mais estes custos para encargo dos açorianos".
“Há quem queira pôr nas mãos do Governo da República as decisões sobre a sustentabilidade e a existência do Serviço Regional de Saúde como o conhecemos. Receio bem que, se assim fosse, daí não viria nada de bom", acrescentou ainda.