Santos Pereira deve ser substituído, defende Ana Paula Vitorino


 


 

A ex-secretária de Estado dos Transportes Ana Paula Vitorino defendeu hoje a substituição do ministro da Economia, não apenas pelo episódio "gravíssimo" da Metro do Porto, mas por tudo o se passou no último ano, no setor.

Na base das declarações de Ana Paula Vitorino está o facto de a assembleia-geral da Metro do Porto, agendada para sexta-feira com o objetivo de eleger os novos órgãos sociais, ter sido suspensa por 15 dias, devido à ausência do representante do Estado, depois de a Junta Metropolitana do Porto ter aprovado o nome de João Velez de Carvalho, proposto pelo Governo, para a presidência do conselho de administração da empresa, mantendo-se assim Ricardo Fonseca, em funções.

Em declarações à Agência Lusa, Ana Paula Vitorino, disse que, "se fosse o primeiro-ministro, tiraria, seguramente, as ilações devidas deste tipo de situação", e que "uma pessoa que faz uma coisa destas, porventura, não merece ocupar o lugar que ocupa".

"Julgo que já não há condições há muito tempo [para Álvaro Santos Pereira estar à frente da pasta]. Este, infelizmente, é mais um episódio gravíssimo a somar aos episódios gravíssimos que vêm anteriormente. Não é por isto que o senhor ministro devia ser substituído, é por tudo isto que se passou ao longo de um ano que, se calhar, nós temos que ter finalmente ministro da Economia", declarou.

Considerando que "o país merece ter um ministro da Economia", a deputada do PS afirmou que "o país merece um pedido de desculpas público" de Álvaro Santos Pereira.

"Não é só a questão do Metro do Porto, é também a STCP. O tipo de atitude foi exatamente o mesmo", criticou.

A ex-secretário de Estado dos Transportes considera "lamentável" e gravíssimo tudo o que se passou, salientando a falta de respeito institucional.

"Todo este processo, que tem a ver com uma luta de poderes dentro do PSD – porque tem aqui duas fações do PSD a defrontarem-se, em que uns querem uma pessoa, outras querem outra pessoa [e] querem, acima de tudo, cada um deles, mostrar quem manda -, reflete-se numa falta de respeito profunda", condenou.

Na opinião da socialista, "a empresa só não fica abandonada porque tem à frente um grande senhor chamado Ricardo Fonseca".