Portugal vai abandonar o projeto cooperativo dos helicópteros NH90 e denunciar o contrato de compra de dez destes aparelhos para o Exército, confirmou à agência Lusa fonte oficial do Ministério da Defesa.
A mesma fonte adiantou que "a continuação no programa" iria implicar gastos na ordem dos 420 milhões de euros até 2020 e que já no próximo ano, 2013, Portugal teria de pagar "um valor a rondar os 120 milhões de euros".
O Ministério da Defesa disse que irá "continuar as conversações com a indústria, no sentido de converter a eventual indemnização [ao fabricante], estimada em 50 milhões de euros, em encomendas" de aeronaves "que satisfaçam necessidades gerais do Estado português".
Segundo a tutela, o atual chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), general Pina Monteiro, "participou e acompanhou todo o processo de decisão, estando convictamente de acordo com a mesma".
Até à data, Portugal tinha gasto neste projeto um valor próximo dos 87 milhões de euros.
Portugal participa desde 2001, juntamente com a França, Alemanha, Itália e Holanda, no "desenvolvimento, produção, aquisição e apoio logístico ao longo do ciclo de vida" dos helicópteros médios NH90 e tinha decidido comprar dez aparelhos para o Exército português.
A mesma fonte referiu que o ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, já informou o presidente da comissão parlamentar, José Matos Correia, disponibilizando-se para ir à Assembleia da República prestar esclarecimentos aos deputados.
Questionada pela Lusa sobre a situação das viaturas blindadas Pandur, fonte oficial do Ministério da Defesa disse apenas que os contratos continuam "em renegociação".