Arménio Carlos denuncia “terrorismo social” dos salários em atraso


 


 

 O secretário-geral da CGTP defendeu hoje o direito à manifestação, como a que aconteceu sexta-feira contra o ministro da Economia, e qualificou de “terrorismo social” existirem trabalhadores que “não recebem salário”.

“É terrorismo social quando as pessoas trabalham e não recebem salário”, afirmou Arménio Carlos, no final de um encontro com o bispo do Porto, Manuel Clemente.

O líder sindical foi questionado pelos jornalistas sobre se houve ou não excessos na manifestação de sexta-feira, na Covilhã, em que trabalhadores tentaram travar a saída do carro em que seguia o ministro Álvaro Santos Pereira, após a visita a uma empresa.

“O maior excesso que pode ser feito em Portugal” é haver trabalhadores sem receberem o salário ou jovens que ocupam “um posto de trabalho permanente” e estão com vínculo precário “há oito, nove, dez anos”, afirmou.

“Então não querem que as pessoas que estão a ser vítimas deste sofrimento se manifestem?”, interrogou-se o secretário-geral da CGTP.

Para Arménio Carlos, “violência é aquela que hoje acontece em muitos locais de trabalho, uma violência física, uma violência financeira e, já agora, é uma violência psíquica, é terrorismo social quando as pessoas trabalham e não recebem salário."

O secretário-geral da CGTP considerou que “terrorismo social” é “quando, violando a lei e a contratação coletiva”, se põem “muitos trabalhadores a trabalhar dez e doze horas por dia sem lhes pagarem o trabalho extraordinário”.

“Isto é que é violência”, concluiu.