Trabalhadores da STCP concentrados contra a privatização da empresa


 


 

Cerca de 40 trabalhadores da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) concentraram-se hoje em frente à sede da empresa, manifestando-se contra “a privatização da empresa e para denunciar a falta de condições de trabalho”.

Em declarações à Lusa, Ricardo Cunha, da Comissão de Trabalhadores (CT) da empresa, afirmou que esta concentração visa “chamar a atenção do Governo e do próximo conselho de administração da STCP, que deverá ser nomeado esta tarde, para a capacidade que a empresa tem em explorar e operar as linhas concessionadas”.

“A STCP só não tem é motoristas suficientes”, disse, considerando serem precisos “mais 100 efetivos”.

Segundo Ricardo Cunha, o Plano Estratégico dos Transportes (PET), divulgado em outubro de 2011, “aponta para uma complementaridade de utilização de meios entre os diferentes operadores, mas da proposta que veio a público, a STCP é quase exclusivamente a única lesada no seu património, sendo que o seu principal património são as suas concessões”.

A CT questiona mesmo “por que razão o Estado quer privatizar uma fonte de rendimento”, tendo em conta que a STCP já atingiu o equilíbrio operacional.

Ricardo Cunha considerou todo o processo “muito estranho”, porque “está em causa uma reestruturação profunda da empresa [da parte do Governo] e a estrutura da empresa não tem conhecimento da proposta elaborada”.

“O silêncio é a arma destes senhores que querem passar a certidão de óbito da STCP”, sustentou.

Os trabalhadores apresentavam quatro faixas em que se lia "STCP – Contra a Privatização". Foi também colada numa paragem de autocarro ali existente a mensagem "STCP é do povo – privatização é roubo aos trabalhadores, ao povo e país".

Esta concentração ocorreu no último dia de funções do conselho de administração da STCP, que renunciou ao cargo no final de maio.

O novo conselho de administração da STCP deverá ser conhecido esta tarde, no âmbito da assembleia-geral da Metro do Porto.

É intenção do Governo criar uma administração conjunta para as duas empresas, devendo a STCP e a Metro partilhar três elementos executivos.

A administração da Metro deverá contar com mais quatro elementos não executivos, três dos dos quais indicados pelo acionista Área Metropolitana do Porto.