Venus Williams. Este planeta já não orbita em torno de Wimbledon


Em 1997, Steffi Graf era a número um do ranking e entrava em Wimbledon como rainha e senhora, depois de já ter sido campeã no All England Club por sete vezes. Nesse mesmo ano, uma rapariga de 17 anos chamada Venus Williams estreava-se na relva do Grand Slam. As duas tenistas já se tinham cruzado…


Em 1997, Steffi Graf era a número um do ranking e entrava em Wimbledon como rainha e senhora, depois de já ter sido campeã no All England Club por sete vezes. Nesse mesmo ano, uma rapariga de 17 anos chamada Venus Williams estreava-se na relva do Grand Slam.

As duas tenistas já se tinham cruzado por duas vezes: a primeira em Los Angeles, onde Graff saiu naturalmente vencedora, e uma segunda no torneio de aquecimento para o Open da Austrália, onde Steffi Graff voltou a vencer. A número um acabaria por perder na final de Wimbledon e Williams não passaria da primeira ronda. Uns meses depois, Venus derrotaria Steffi Graf duas vezes, nos torneios de Hannover e Miami.

Os anos passaram-se e Venus afirmou-se como uma das melhores tenistas do mundo e fazia de Wimbledon o seu reino. Se em 1997 não foi além da primeira ronda, em 2000 tornou-se campeã. Tal como em 2001, 2005, 2007 e 2008. À frente dela só Billie Jean King (seis títulos), Martina Navratilova (nove títulos) e, claro, Steffi Graf (sete títulos). Agora, em 2012, Venus Williams pode ter perdido para sempre o título de rainha de Wimbledon.

O primeiro sinal foi a não integração de Venus no quadro principal, acontecimento inédito nos 15 anos de carreira da tenista. E eis que o primeiro dia da competição confirmou o pior: Venus foi derrotada pela russa Elena Vesnina, número 79 do ranking, na primeira ronda do torneio. Depois de perder os primeiros cinco jogos, a norte–americana ainda conseguiu recuperar um pouco, mas estava condenada. O “Vá lá Venus, nós adoramos-te!” que se ouviu das bancadas não chegou para lhe dar forças. 6-1, 6-3 e a mais velha das irmãs Williams foi mais cedo para casa. “Tenho de lhe dar crédito”, disse Venus referindo-se a Vesnina. “Ela quase não cometeu erros e serviu bem.”

Os 32 anos da tenista podem servir de explicação, mas não são a principal razão do baixo rendimento de Venus. Síndrome de Sjögren, é essa a razão. Venus só descobriu que sofria da doença crónica do sistema imunitário o ano passado, o que a levou a desistir do Open dos EUA. Esteve sete meses afastada da competição e desceu para o número 105 do ranking.

Nesta época, Williams regressou determinada a conseguir melhores resultados. Conseguiu subir para a 58.a posição, mas falhou em todos os torneios do Grand Slam até ao momento: desistiu no Open da Austrália, foi eliminada na segunda ronda de Roland Garros e agora ficou para trás em Wimbledon.

A fadiga e os problemas nas articulações causados pela síndrome de Sjögren têm-se revelado demasiado para Venus, que não consegue recuperar. Esforço não lhe tem faltado e a tenista já anunciou que não tenciona reformar-se para já. “Sou dura, deixem-me dizer- -vos, dura como pregos”, avisou. A esperança está toda nos Olímpicos.