Os escritórios virtuais são uma alternativa mais económica à aquisição e ao arrendamento. Uma boa solução tendo em conta o actual contexto económico. Esta dinâmica de negócio é disponibilizada por empresas, localizadas nos centros das grandes cidades, que fornecem um serviço a empresas ou profissionais independentes que não necessitam de escritório permanente. Apesar de serem as pequenas e médias empresas a aderir mais aos escritórios virtuais, as grandes também o fazem, como forma de racionalizar a ocupação de espaços de trabalho. É o caso das estrangeiras Google, Starbucks e Adobe.
O director-geral do Avila Business Centers, Carlos Gonçalves, é da opinião que este tipo de negócio está a crescer, porque, para além do custo acessível (entre 50 a 80 euros com IVA por mês), “é uma solução racional, uma vez que as empresas e profissionais são cada vez mais “móveis”, não necessitam de um espaço físico permanente e, ao mesmo tempo, “podem usufruir de atendimento profissional, linha telefónica dedicada, salas de reunião, espaços partilhados de trabalho (coworking) e morada de prestígio para rede social e filial”.
Por estas razões, o director-geral da Regus, Nuno Condinho, acredita que a crescente adesão aos escritórios virtuais não se deve à crise económica, mas a uma “nova dinâmica de criação de negócio”, que favorece a mobilidade, a imagem profissional e o apoio administrativo, a baixo custo. Segundo o empresário, este serviço supera as expectativas, na medida em que permite que se desenvolva uma actividade com investimento reduzido, tendo acesso a várias localizações, com potencial de crescimento futuro. “Por exemplo, uma empresa pode expandir-se para o Porto, com escritório virtual a partir de Lisboa, sem necessidade de se deslocar”, sublinha.
Segundo Carlos Gonçalves, grande parte das empresas que recorrem ao escritório virtual é do norte do país (com instalações físicas próprias), mas que sente necessidade de ter uma morada em Lisboa, possibilitando reuniões com os seus clientes e parceiros.
A SMC Global NetWork, empresa de consultoria constituída e sediada em Macau, iniciou a sua actividade em Portugal em 2010, optando por aderir a um escritório virtual, proporcionado pelo Avila Business Centers. Foi uma maneira de ter uma morada de representação em Portugal, sem ter o custo de comprar ou arrendar. Manuel Mata, partner da consultora, diz que o serviço superou as expectativas e que “ninguém da nossa estrutura estava à espera que um escritório à distância pudesse gerar tanta proximidade”. Chamou a atenção para o serviço de notificação em tempo real por sms ou e-mail da chegada de correspondência e dos contactos que foram dirigidos à empresa.
O Avila Business Centers e a Regus, integradas em redes internacionais, são os principais players do mercado em Portugal. O primeiro, empresa 100% nacional e com mais de 400 clientes no país, registou um crescimento de 20% no volume de negócios nos últimos dois anos. O segundo, sendo uma multinacional, tem 1 milhão de clientes em todo o mundo.
Lisboa e Porto são as cidades mais procuradas para a prestação deste serviço e, segundo Carlos Gonçalves, “estima-se que haja mais de 2 mil empresas com escritórios virtuais, a nível nacional.” Solange Sousa Mendes