Cronistas de “Este Tempo” afirmam que foram demitidos de forma ilegal


Após a audição na Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), os ex-colaboradores do programa “Este Tempo” da Antena 1 revelaram que foram


Após a audição na Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), os ex-colaboradores do programa “Este Tempo” da Antena 1 revelaram que foram avisados do término dos seus contratos de trabalho depois do prazo contratual estabelecido para o efeito.


Como tal, Raquel Freire, uma das cronistas da rubrica, afirmou ontem que vai processar a Rádio e Televisão de Portugal (RTP) por incumprimento contratual. “Tenho um contrato que está assinado com a RTP. É um contrato que diz que, para término deste, tem que ser comunicado por escrito duas semanas antes”, esclareceu. “Se a decisão tinha sido tomada antes, porque é que eu não recebi até hoje nenhuma carta por escrito como está na lei e recebi um telefonema informal, umas horas antes da minha última crónica?”, questionou ainda a comentadora. Para Raquel Freire, “o contrato está em vigor”, visto que não foi formalmente terminado. “Para ele ter terminado, tinha que receber uma carta com duas semanas antes”, sublinhou. “Vou processá-los. É fundamental que a RTP, sendo do Estado, dê o exemplo.”, acrescentou ainda a cronista da extinta rubrica de opinião.


Gonçalo Cadilhe, outro dos quatro comentadores do programa “Este Tempo”, também confirmou que não recebeu qualquer tipo de notificação escrita. “O contrato previa que fosse notificado por escrito do fim do programa 15 dias antes deste acabar”, afirma. Contudo, Cadilhe só recebeu “um telefonema no dia 23 de Janeiro sobre um contrato que terminava dia 31 de Janeiro”. Rita Matos, outra das cronistas da rubrica, também confirma que o seu contrato estabelece que seja notificada 15 dias antes do seu término. Porém, a comentadora diz que tal facto não aconteceu. A cronista também foi informada do fim de “Este Tempo” através de um telefonema feito pelo então director-adjunto de informação, Ricardo Alexandre, na tarde do dia 23 de Janeiro. Na altura, as razões para o fim do programa não foram mencionadas, informando apenas que tinha sido “uma decisão da direcção. De resto, não me apresentaram mais razões”, explicou.


A comissão parlamentar para a Ética, Cidadania e Comunicação ouviu ontem o conselho regulador da ERC no âmbito de um ciclo de colóquios e audições sobre o serviço público de comunicação social. Na próxima semana, serão ouvidos na mesma comissão o ex-director-adjunto de informação da Antena 1, Ricardo Alexandre, e o provedor do ouvinte, Mário Figueiredo, no âmbito do alegado caso de censura na RDP.