A possibilidade de a China salvar o sistema financeiro europeu não passa de “conversa mediática”, afirmou hoje Pascal Lamy, diretor-geral da Organização Mundial de Comércio (OMC), numa intervenção no Fórum Económico Mundial, em Davos.
“Do meu ponto de vista, trata-se de conversa mediática. Não acredito, por um segundo que seja, que existam negociações sobre o assunto entre o governo chinês e os governos europeus – nós compramos a vossa dívida se vocês fizerem isto ou aquilo”, afirmou Lamy.
O diretor-geral da OMC frisou que Pequim nem sequer faz este tipo de negociações com os Estados Unidos, apesar de ser o maior detentor de dívida pública americana.
Os dirigentes europeus tentaram convencer a China, que tem as maiores reservas cambiais do mundo, com cerca de 3.2 biliões de dólares (2,43 biliões de euros), a investir em obrigações do fundo europeu de resgate.
Pequim mantém a posição de apoiar a luta europeia contra a crise da dívida pública aumentando o financiamento sobretudo através do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O governo chinês também já disse ser difícil de convencer a opinião pública do país a auxiliar os países desenvolvidos na Europa.