A chegada do frio faz disparar o consumo de aparelhos domésticos de aquecimento e com isso sobem também as facturas da electricidade e do gás natural, agora agravadas com a subida do IVA de 6 para 23%.
Por isso, no leque das várias opções disponíveis, é conveniente estudar quais as que mais se adequam à casa e quais as que permitem uma maior poupança. Nem sempre os equipamentos menos dispendiosos, como os aparelhos de aquecimento portáteis – a gás, óleo ou mesmo os termoventiladores – são a solução mais económica a médio prazo. Os gastos no consumo têm muitas vezes um impacto negativo na factura final quando comparados com outras opções que requerem um maior investimento inicial. Por outro lado, estas são as soluções que revelam um menor custo no momento da aquisição, não necessitam de montagem nem de grandes gastos de manutenção e são utilizadas apenas em alguns meses do ano. Tudo depende das dimensões e características da habitação e do número de assoalhadas que se pretende aquecer, da região (o Inverno pode ser mais ou menos rigoroso e mais ou menos demorado, consoante a zona do país), da disponibilidade financeira e do investimento que o consumidor está disposto a fazer.
Segundo a Deco Proteste, as escolhas mais económicas para aquecer a casa, se apenas considerarmos o consumo de energia, são o ar condicionado e as caldeiras a gás natural. Num apartamento T3, o consumo médio anual do ar condicionado situa-se nos 50 euros seguindo-se a caldeira mural a gás natural que ronda os 124 euros anuais, de acordo com a edição da revista Proteste de Outubro de 2011. A instalação de uma caldeira a gás e respectivos radiadores pode ter um impacto negativo no consumo e implicar encargos financeiros com obras e com a montagem dos equipamentos, mas em termos monetários a despesa com a energia acaba por ser inferior, uma vez que o gás natural é mais barato que a electricidade, refere a publicação da Deco. Uma alternativa mais económica ao investimento inicial que requer uma caldeira a gás é o sistema multi split inverter, de ar condicionado com bomba de calor, que consiste na instalação de uma unidade instalada no exterior e várias no interior. Nestes casos, a poupança anual face a um radiador a óleo pode atingir os 200 euros. De resto, mesmo quando a escolha recai nos equipamentos portáteis, são preferíveis os termoventiladores, por serem mais poupados e eficazes a distribuir a temperatura, defende a Deco.
A diferença nos gastos de consumo entre os termoventiladores (181 euros por ano) e radiadores a óleo (257 euros por ano) pode chegar aos 76 euros anuais. Entre estas duas opções há ainda a caldeira a gasóleo, cujo consumo por ano é cerca de 192 euros.
Existem ainda outras opções que combinadas com determinados tarifários podem permitir poupar até 45% dos custos da energia com aquecimento. É o caso dos acumuladores de calor, que funcionam por meio de um núcleo acumulador com grande capacidade de armazenamento de calor. De fácil instalação, este sistema de aquecimento eléctrico não implica a realização de obras em casa para colocação de tubagens ou caldeiras e não precisa de manutenção. O investimento num aparelho com acumulador de calor ronda os 200 euros (o modelo mais barato) e as vantagens são sobretudo para a opção de tarifa bi-horária. Durante a noite acumula energia a baixo custo, que é libertada no dia seguinte sob forma de calor, sem aumentos no consumo, o que permite reduzir substancialmente as despesa com energia em comparação com as soluções de gás para aquecimento global da casa.