Deputados do PSD acham que os “jornalistas andam à solta”


Os deputados do PSD reagiram à polémica sobre a maçonaria virando as espingardas para os jornalistas. A deputada social-democrata Carina João Oliveira sugeriu que fosse criado registo de interesses para jornalistas, tal como houve outros deputados do partido do govenro que defenderam uma lei de impresa mais restritiva, segundo notícia do “Expresso”. O sindicato dos…


Os deputados do PSD reagiram à polémica sobre a maçonaria virando as espingardas para os jornalistas. A deputada social-democrata Carina João Oliveira sugeriu que fosse criado registo de interesses para jornalistas, tal como houve outros deputados do partido do govenro que defenderam uma lei de impresa mais restritiva, segundo notícia do “Expresso”. O sindicato dos jornalistas e o membro da ERC Arons de Carvalho já reagiram contra as propostas, apelando antes para que a lei obrigue à identificação total dos detentores de jornais, rádios ou televisões.

O registo de interesses para jornalistas, ou seja, obrigar os profissionais da comunicação social a declarar bens materiais, rendimentos, assim como ligações empresariais, filiações políticas, associativas e filosóficas, surgiu da cabeça da deputada Carina João, numa intervenção muito aplaudida pelos seus pares. A autora explicou ao i que a ideia “foi um comentário lateral, que lamento muito que tenha surgido no jornal e não pretendo desenvolver muito mais o assunto”. No texto do “Expresso” foi dito ainda que os deputados do PSD consideram que “os jornalistas andam à solta”.

O socialista Arons de Carvalho, membro do conselho regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) afirmou que “é sabido que os jornalistas não têm liberdade editorial completa, estão submetidos ao cunho editorial do órgão de comunicação social (OCS) para onde trabalham”. E direccionou a sua preocupação para a questão da “transparência da propriedade dos OCS, em que há uma lacuna grande em termos legislativos”, reconhecendo que “a ERC não tem conseguido ir muito longe nesta matéria, apesar dos esforços”. Arons de Carvalho lembrou ainda que “estamos numa época em que há empresas multinacionais que andam a investir nos media em Portugal, umas para conseguirem lucros no sector, outras para conseguir lucros noutros sectores, mas através dos OCS”.

Também o presidente do Sindicato de Jornalistas (SJ), Alfredo Maia, apontou o seu argumentário na mesma direcção: “A identificação dos proprietários de OCS deve ser total e abranger as Sociedades Gestoras de Participação Social (SGPS), esses biombos da opacidade empresarial”. Maia disse ainda que “se o PSD está assim tão preocupado, que invista mais nessa matéria em termos legislativos, apesar de no passado já ter perdido oportunidades, através de iniciativas legislativas que o SJ promoveu”.

Estrela Serrano, ex-membro da ERC, considerou que “os jornalistas não precisam de mais legislação, a que existe é suficiente”.